Sul-africanos querem Ramaphosa a combater a corrupção
Subry Govender (Joanesburgo)
20 de dezembro de 2017
Com Cyril Ramaphosa na liderança do partido no poder na África do Sul, aumenta a pressão para que o empresário milionário cumpra a promessa de levar todos os envolvidos em esquemas de corrupção à barra da justiça.
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Um dos cidadãos sul-africanos com mais casos de corrupção pendentes é o próprio Jacob Zuma, o atual presidente, que se encontra debaixo de forte contestação popular. Representantes da sociedade civil sul-africana, assim como políticos de vários partidos da oposição, esperam que o novo líder do Congresso Nacional Africano introduza medidas contra a corrupção e não poupe os mais poderosos.
Os economistas estimam que mais de 10 mil milhões de dólares tenham sido desviados dos cofres do Estado desde que Zuma chegou ao poder em 2008.
Politicos da oposição pressionam ANC
Solly Mapaila, líder do Partido Comunista ouvido pela DW África, acredita que Ramaphosa será capaz de restaurar os princípios morais do ANC, mas deixa um aviso: "Queremos que se faça justiça com todos os envolvidos particularmente no caso dos e-mails com a família Gupta e com os casos de corrupção relacionados com o Estado. Vamos continuar a chamar a atenção para estes casos”.
Também o dirigente do principal partido da oposição, a Aliança Democrática, faz pressão sobre o novo líder do ANC. Mmusi Maimane diz que Cyril Ramaphosa tem de agir para salvar o país. "Ele tem de revelar alguma coragem e mostrar a todos nós que está disposto a levar Jacob Zuma a julgamento, parar o acordo nuclear e finalmente retirá-lo das funções de Presidente".
20.12.2017 - Pressão sobre Ramaphosa - MP3-Mono
Sociedade civil impaciente
Já Ivor Saransky, politólogo na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, alerta que os sul-africanos estão impacientes pela mudança e insta Ramaphosa a mostrar vontade de alterar a atual situação socioeconómica da África do Sul: "Ele precisa de ter algumas vitórias rápidas e de fazer conquistas céleres."
Saransky lembra que Ramaphosa fez promessas, no seu novo acordo dentro do partido, e precisa de cumpri-las nos próximos seis meses para mostrar ter pulso e ser sério: "É a credibilidade dele que está em jogo, afirma o politólogo para concluir: "É uma tarefa bastante difícil”.
África do Sul: crianças fotografam seu mundo
Crianças de Khayelitsha, na Cidade do Cabo, mostram o que é importante para elas: com uma câmara nas mãos, elas fotografaram suas casas. Aqui vivem cerca de 1,2 milhões de pessoas.
Foto: Oyena/Karin Banduhn
Repórter por um dia
"Mostre-me o que você realmente ama em sua vida," foi a tarefa que as crianças de seis anos receberam na pré-escola Umnqophso, na África do Sul. Pela primeira vez, elas têm uma câmara nas mãos. Logo depois das aulas, os jovens repórteres se dispersam para fazer uma agradável surpresa em casa.
Foto: Karin Banduhn
A "nova pátria"
O termo township refere-se a áreas urbanas que, durante o apartheid, eram habitadas por não brancos. Khayelitsha significa "nova casa" e é uma das maiores townships da África do Sul: cerca de 1,7 milhões de pessoas vivem aqui. O Estado promove a construção de casas. Mas nem todas as famílias podem se dar ao luxo de sair de suas barracas - como a família de Likhta. (Foto: Likhta)
Foto: Liktha/Karin Banduhn
O que conta é a família
Na família de Siphokazi, três gerações vivem sob o mesmo teto - como na maioria das famílias em Khayelitsha. Normalmente, o pai traz o dinheiro para casa. Se a mãe também tem um trabalho remunerado - por exemplo, como empregada doméstica na Cidade do Cabo - os avós cuidam dos netos. (Foto: Siphokazi)
Foto: Siphokazi/Karin Banduhn
Onde as meninas brincam
Para Mahle, seus brinquedos são um tesouro precioso. Alguns deles vieram nos pacotes de Natal que as famílias da Escola Básica Schulkamp de Hamburgo doaram e que foram, em seguida, distribuídos pela associação Khayelitsha na escola de Mahle. A associação construiu e apoia a escola com doações. (Foto: Mahle)
Foto: Mahle/Karin Banduhn
Brinquedos para meninos
Para alguns moradores de Khayelitsha, um carro próprio é quase mais importante do que um teto impermeável. Mas nem todas as crianças aqui podem brincar despreocupadas em casa. A alguns, como o repórter Ivivse, falta espaço. (Foto: Ivivse)
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Alimentos
Quando Lulutho chega da escola, ela está com fome. Felizmente, na casa dela há o suficiente para comer. Em média, uma família em Khayelitsha gasta cerca de 22 randes (ou 1,70 euros), por dia para comprar alimentos. (Foto: Lulutho)
Foto: Lulutho/Karin Banduhn
Entre a tradição e o cotidiano
A maioria dos moradores de Khayelitsha pertence à etnia Xhosa e tem a mesma língua materna de Nelson Mandela. Os valores tradicionais caracterizam a vida familiar, mas não são uma contradição à moderna divisão do trabalho - onde às vezes o pai cozinha para a família. (Foto: Yandise)
Foto: Yandise/Karin Banduhn
As crianças de Khayelitsha
Para o Elethu, seus amigos são especialmente importantes. Crescer auto-confiante, feliz e protegido - isso também é possível para as crianças da township Khayelitsha. (Foto: Elethu)