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CriminalidadeÁfrica do Sul

Moçambique desencoraja viagens à África do Sul

Lusa
3 de julho de 2023

Consulado moçambicano em Nelspruit recomenda viagens à África do Sul, pelo posto fronteiriço de Ressano Garcia, só em casos "extremamente prioritários" devido à insegurança resultante de caos de camiões na fronteira.

Fronteira de Ressano Garcia
Imagem ilustrativaFoto: Silva Romeu/DW

"Os cidadãos nacionais deveriam efetuar deslocações para África do Sul somente para tratar de questões extremamente prioritárias, isto até haver garantias de segurança por parte das autoridades sul-africanas, não só nas proximidades da fronteira de Lebombo, mas também na cidade de Mbombela (Nelspruit), onde também se verifica um aumento considerável do número de assaltos aos moçambicanos", refere-se numa nota distribuída pelo Consulado de Moçambique em Nelspruit, a pouco mais de 200 quilómetros da capital moçambicana, Maputo.

Em causa estão falhas de serviços fronteiriços na África do Sul que têm provocado quilómetros de filas de camiões pesados na fronteira de Komatipoort-Ressano Garcia para entrar em Moçambique, uma situação que aumentou casos de assaltos na região, segundo as autoridades moçambicanas.

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"O tempo médio de espera, que era no máximo de 5 horas no início de 2023, é atualmente de 60 horas do lado sul-africano da fronteira, numa travessia simples que não é suposto levar-se tantas horas de espera [...] Tanto as autoridades sul-africanas, como moçambicanas, alertam para que as pessoas tomem atenção às medidas de segurança quando estiverem no território sul-africano e realçam principalmente que se evitem as viagens noturnas", refere-se na nota.

Grande fluxo de camiões

As autoridades sul-africanas têm anunciado intervenções no sistema de registo na principal travessia entre os dois países, a 100 quilómetros de Maputo e a 450 de Joanesburgo, o que tem provocado paralisações por várias vezes nas últimas semanas.

Segundo o Consulado de Moçambique em Nelspruit, a situação deve-se a um aumento extremo do fluxo de camiões registado nos últimos dois anos, sendo atualmente de cerca de dois mil por dia, contra a média de 600 camiões nos anos anteriores.

"Por outro lado, o sistema de gestão aduaneira de Moçambique não se encontra conectado com o sul-africano, o que torna ainda mais lento o processo do desalfandegamento dos camiões, situação que também poderia ser resolvida com a operacionalização da paragem única", acrescenta-se na nota.

O congestionamento chega a estender-se por mais de cinco quilómetros, com os veículos pesados a ocuparem, por vezes, duas faixas da estrada, dificultando o tráfego também para os ligeiros.

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