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PolíticaÁfrica do Sul

Médio Oriente: África do Sul pede apoio a Não-Alinhados

Lusa
17 de janeiro de 2024

A África do Sul pediu hoje (17.01) na 19.ª Cimeira do Movimento dos Não-Alinhados (MNA) que o grupo de países lidere o reconhecimento dos Estados de Israel e da Palestina.

Bombardeamento israelita em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, esta quarta-feira (17.07)
Bombardeamento israelita em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, esta quarta-feira (17.07)Foto: AFP/Getty Images

"A África do Sul insta a comunidade internacional a apoiar, com medidas práticas, o estabelecimento de dois Estados que vivam lado a lado em paz e segurança", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação da África do Sul na abertura das reuniões ministeriais da cimeira da MNA no Centro de Convenções Speke, no sul de Campala.

Naledi Pandor acrescentou que a MNA tem o dever histórico de solidariedade internacional de desempenhar um papel de liderança na ajuda deste conflito no Médio Oriente e referiu que este grupo de países não pode ignorar a situação do povo palestiniano.

"Estamos a assistir ao que a África do Sul considera ser um genocídio de proporções sem precedentes e é por isso que o nosso país remeteu a situação da Palestina para o Tribunal Internacional de Justiça [TIJ]", disse a chefe da diplomacia sul-africana sobre o processo do seu país contra Israel.

Para Pandor, é importante que a MNA defenda a "independência de todos os povos oprimidos", incluindo, também, a do Sahara Ocidental.

Segurança, migração e crises humanitárias

A cimeira, cujo objetivo é o de melhorar a cooperação dos membros face às crises internacionais,  começou na passada segunda-feira com conferências preparatórias para a reunião de chefes de Estado e de Governo, marcada para sexta-feira e sábado.

Desde a criação da MNA, em 1961, esta é a sexta vez que os 120 Estados membros se reúnem num país africano, depois das cimeiras na Zâmbia (1970), Argélia (1973), Zimbabué (1986), África do Sul (1998) e Egito (2009).

Desta vez, o fórum realizar-se-á no Centro de Convenções Speke, um hotel bucólico nas margens do Lago Vitória, com um auditório com capacidade para 4.400 pessoas e 12 salas de conferências.

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Neste canto sul de Campala, os líderes discutirão questões como a segurança global, a luta internacional contra o terrorismo, a migração, as crises humanitárias e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, entre outras, sob o tema

"Aprofundar a Cooperação para uma Riqueza Global Partilhada", anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros ugandês, Jeje Odongo.

Líderes de todo o mundo reunidos

De referir que o presidente do Uganda, Yoweri Museveni, será o novo presidente rotativo da MNA, um cargo ocupado desde 2019 pelo homólogo do Azerbaijão, Ilham Aliyev.

O Uganda vai receber líderes de todo o mundo, embora ainda não exista uma lista oficial de participantes.

O MNA, uma das maiores organizações de Estados do mundo, é composta por 53 países de África, 39 da Ásia, 26 da América Latina e das Caraíbas e dois da Europa.

A cimeira surge numa altura em que, face a crises internacionais como a guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza ou o conflito da Rússia na Ucrânia, o Sul Global exige uma maior voz nos organismos internacionais, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, para o qual pedem uma reestruturação.

O Executivo sul-africano tem sido historicamente um forte apoiante da causa palestiniana e o Congresso Nacional Africano (ANC), no poder, tem frequentemente associado esta causa à sua própria luta contra o regime segregacionista do apartheid (1948-1994).

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