África do Sul ultrapassa 300 mil casos de Covid-19
tms | com agências
16 de julho de 2020
Com mais de 300 mil casos e 4.346 vítimas mortais, a África do Sul é o país mais atingido pela pandemia no continente. Segundo o Ministério da Saúde, país aproxima-se de um pico de infeções. Hospitais estão sobrelotados.
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Mais de 35% dos casos foram registados na província de Gauteng, centro financeiro da África do Sul e epicentro do surto, que também é responsável pelo maior número de mortes.
Na quarta-feira, as autoridades confirmaram 107 mortes em todo o país, subindo para mais de 4.450 o total de óbitos. No entanto, um relatório do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul afirma que o país registou quase 11 mil mortes só no úlitmos dois meses.
A África do Sul é a nação mais atingida pela pandemia de Covid-19 no continente africano, seguida pelo Egito, com cerca de 85 mil infetados e 4 mil mortos.
Nas ruas, a população mostra-se apreensiva. "Estou muito preocupado e acho que todos deveriam estar. É algo que está a desafiar a vida humana, que tem o potencial de matar talvez metade da população mundial", diz um sul-africano.
"O Governo deve ter um plano, construir hospitais e contratar mais médicos, sem desperdiçar dinheiro", sugere outro cidadão.
Cidade do Cabo sem turistas por causa do coronavírus
04:08
Hospitais sobrelotados
A situação agrava-se em algumas regiões do país onde os hospitais estão sobrelotados e há falta de equipamentos médicos.
A médica Tobisa Fodo, que trabalha num hospital na província de Cabo Oriental, diz que as equipas médicas não conseguem atender todos os pacientes: "É de partir o coração o facto de ter de dizer não à mãe, à avó, ao pai ou ao tio de alguém", conta.
O Governo sul-africano calcula que o pico de casos de Covid-19 deve ocorrer entre o final de julho e setembro. Facto que tem deixado as autoridades em alerta, numa altura em que os hospitais já dão sinal de sobrecarga.
Devido ao crescente número de doentes e para tentar aliviar a pressão sobre o sistema de saúde, o Presidente Cyril Ramaphosa voltou restabelecer algumas medidas, depois de quase dois meses de fortes restrições.
Desde o início desta semana, o Governo impôs o recolher obrigatório noturno e também voltou a proibir a venda de bebidas alcoólicas. E tornou orbigatório o uso de máscara de locais públicos.
Nos últimos dias, o rápido aumento de casos confirmados na África do Sul tornou o país num dos pontos críticos da doença a nível mundial. De acordo com os dados disponibilizados pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, a África do Sul está entre os dez países no mundo mais afetados pela doença.
Covid-19: Cuidados de higiene em áreas de risco
Como manter os cuidados de higiene em campos de refugiados e bairros de lata é um grande desafio na pandemia. Mas alguns países e organizações estão a lutar para manter esses locais seguros e limpos.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pilick
Zâmbia
Algumas pessoas ficam semanas sem acesso à água potável em muitas partes do mundo. O vale de Gwembe foi profundamente afetado pela seca nos últimos dois anos. Atualmente, o UNICEF está a apoiar a reabilitação e a perfuração de 60 poços para reforçar a lavagem das mãos nos pontos de distribuição de água durante a pandemia do novo coronavírus.
Foto: UNICEF/UNI308267/Karin Schermbrucker
Quénia
Várias estações de água foram instaladas em locais públicos do Quénia para fornecer a água limpa à população. Em Nairobi, para impedir a propagação da Covid-19, um menino segue as instruções de como lavar as mãos adequadamente numa estação de água em Kibera.
Foto: UNICEF/UNI322682/Ilako
Iémen
O Iémen abriga cerca de 3,6 milhões de pessoas deslocadas internamente. Com grande parte do seu sistema de saúde e saneamento destruído pela guerra, esses deslocados são altamente vulneráveis ao novo coronavírus. Voluntários treinados pelo UNICEF estão a orientar a população sobre como evitar que a doença se espalhe.
Foto: UNICEF/UNI324899/AlGhabri
Síria
A Síria enfrenta um problema semelhante ao entrar no seu décimo ano de guerra. Milhões de sírios vivem em campos de refugiados, como o campo de Akrabat, perto da fronteira com a Turquia. Para explicar às famílias sobre os riscos do coronavírus, os funcionários da ONU visitam os campos e usam bonecos feitos à mão para falar sobre os perigos da Covid-19.
Foto: UNICEF/UNI326167/Albam
Filipinas
Os efeitos a longo prazo dos desastres naturais também são um fator de risco. Nas Filipinas, as casas de banho públicas, como as vistas aqui, num centro de evacuação na cidade de Tacloban, tornaram-se um terreno fértil para a propagação do vírus. O saneamento tornou-se ainda mais crucial. A região sofre com os efeitos posteriores do tufão Haiyan há anos.
Foto: UNICEF/UNI154811/Maitem
Jordânia
Kafa, de 13 anos, volta à caravana da sua família carregando um grande recipiente de plástico cheio de água que ela acabou de coletar num ponto de abastecimento comunitário. As mulheres no maior campo de refugiados da Jordânia agora estão a fabricar sabão com materiais naturais para as famílias necessitadas.
Foto: UNICEF/UNI156134/Noorani
Índia
Na Índia, as pessoas são incentivadas a costurar máscaras em casa. Isso também gera dinheiro, especialmente para mulheres que vivem em áreas rurais. Estas mulheres costuram máscaras no centro de Bihar, na GOONJ, uma ONG situada em vários estados indianos, que disponibiliza socorro, ajuda humanitária e desenvolvimento comunitário.
Foto: Goonj
Bangladesh
Voluntários de vários grupos de pessoas com deficiência também se envolvem ativamente na distribuição de desinfetantes pela cidade de Dhaka. Roman Hossain distribui desinfetantes e informa outros membros da sua comunidade sobre a importância de lavar as mãos regularmente.
Foto: CDD
Guatemala
Há uma necessidade urgente de reduzir os impactos da crise da Covid-19 em Huehuetenango, na Guatemala, para além da crise alimentar já existente, causada pela seca de 2019. As comunidades indígenas esperam todos os dias para coletar seus alimentos e kits de higiene básica, onde também obtêm informações e recomendações para prevenir a Covid-19 nos idiomas locais.