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SociedadeÁfrica do Sul

Novos protestos na África do Sul contra imigrantes ilegais

Fatima Hudoon | Isaac Mugabi | rl
12 de abril de 2022

Dezenas de sul-africanos saíram às ruas de Durban para protestar contra elevado número de imigrantes ilegais. São apoiantes da "Operação Dudula", movimento que tem saído às ruas para exigir do governo medidas concretas.

Cresce a onda de fúria contra imigrantes ilegais na África do Sul (foto de arquivo)
Cresce a onda de fúria contra imigrantes ilegais na África do Sul (foto de arquivo)Foto: Milton Maluleque/DW

Os manifestantes, que entoam slogans anti-imigração, sob o olhar atento da polícia, são apoiantes da já conhecida "Operação Dudula". Um movimento que, desde o início do ano, tem saído às ruas para exigir do governo medidas concretas contra os imigrantes ilegais no país a quem acusam de serem os culpados pelo aumento da violência e do desemprego.

"A questão é que estas pessoas estão a entrar no país sem documentos e o governo não está a fazer nada, sem documentos é difícil encontrá-los quando cometem crimes. Só queremos que os nossos serviços apliquem efetivamente as leis que existem e que não estão a ser aplicadas", diz Zandile Dabula, secretária nacional da "Operação Dudula".

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, voltou recentemente a garantir que o seu governo está a acompanhar de perto o ambiente "anti-imigração” que se tem estado a sentir em algumas regiões do país para impedir que se transformem em ataques xenófobos.

Algo que, na opinião de vários grupos de direitos humanos, já pode ser considerado como tal. Mas Zandile Dabula não concorda: "Não compreendo porque devemos ser chamados xenófobos quando tudo o que pedimos é que as pessoas estejam legais quando entram neste país. Acontece noutros países e lá não falam de xenofobia, porque é que os sul-africanos que estão a pedir o mesmo hão-de ser chamados xenófobos?"

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Fúria contra imigrantes ilegais faz vítimas

A última vítima desta crescente onda de fúria contra imigrantes ilegais na África do Sul foi um zimbabueano que terá sido morto na passada quarta-feira (06.04), no bairro de Diesploot, alegadamente por manifestantes que exigiram aos moradores, de porta em porta, a apresentação de documentos de identificação.

Após o sucedido, a Amnistia Internacional criticou, em comunincado, a inação do governo, afirmando que os estrangeiros se "tornaram bodes expiatórios para comunidades descontentes com a criminalidade".

A mesma opinião tem Loren Landau, especialista em migração em África, que frisa que "o que é preciso compreender é que o problema não está no aumento do número de migrantes. Os números têm vindo a diminuir. Trata-se realmente de falhas fundamentais no sistema político sul-africano."

Segundo a Amnistia Internacional, mais de 153 mil pedidos de asilo permanecem pendentes na África do Sul.

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