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Direito e JustiçaÁfrica do Sul

África do Sul: Zuma critica "ditadura" após decisão judicial

AFP | tms
20 de setembro de 2021

Ex-Presidente disse que a África do Sul está a tornar-se uma "ditadura constitucional". Jacob Zuma, preso por desrespeito, falava depois de o mais alto tribunal do país ter confirmado a sua sentença.

Jacob Zuma está hospitalizado desde agosto após procedimento médico não revelado Foto: EMMANUEL CROSET/AFP

"A África do Sul está hoje em processo de mudança de uma democracia constitucional para uma ditadura constitucional", disse Zuma esta segunda-feira (20.09), na sua primeira declaração desde que foi preso em julho e na véspera da retomada do seu julgamento por corrupção.

O Tribunal Constitucional confirmou na semana passada a prisão do ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma, acusado de "fraude litigiosa” e de desrespeito aos tribunais.

Zuma, de 79 anos, havia pedido ao tribunal que revogasse a sua decisão de o condenar a 15 meses de prisão por se recusar a responder a perguntas no âmbito de uma investigação de corrupção.

No início deste mês, o ex-Presidente foi colocado em liberdade condicional médica por oito semanas após ter sido hospitalizado a 6 de agosto. Jacob Zuma permanece num hospital militar após um procedimento médico não revelado.

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03:20

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Retomada do julgamento     

A declaração de Zuma veio na véspera da retomada de outro caso em que é acusado na justiça, que tem a ver com acusações de corrupção de quando era vice-Presidente.

Jacob Zuma é acusado de ter recebido subornos do gigante francês Thales para a compra de armas em 1999.

"Continuarei a lutar", prometeu o ex-chefe de Estado, que exortou os seus apoiantes "a permanecerem resolutos e firmes na crença de que isto não é o fim".

"Uso o distintivo de ser um prisioneiro político com o maior orgulho, pois a luta pela liberdade dos africanos contra todas as formas de opressão, incluindo a opressão dos africanos por outros colaboradores africanos, tem sido a minha única missão na vida", declarou Zuma, que foi Presidente de 2009 a 2018 e ainda mantém bolsas de apoio no seio do Congresso Nacional Africano, no poder.

A sua prisão em julho provocou o pior surto de violência política desde o fim do apartheid. Os protestos violentos dos seus apoiantes deterioraram-se e transformaram-se em pilhagens generalizadas.

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