1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

África quer resultados concretos na cimeira do clima

Andrew Wasike | tms | Reuters
4 de dezembro de 2018

Delegações africanas presentes na COP 24, conferência do clima a decorrer na Polónia, lembram que as alterações climáticas estão a afetar o mundo todo, mas África é o continente mais prejudicado. E querem mais recursos.

Cimeira do Clima decorre até 14 de dezembro na PolóniaFoto: picture-alliance/dpa/Keystone/P. Klaunzer

A COP 24, a maior e mais importante conferência do clima no mundo, começou oficialmente esta segunda-feira (03.12), em Katowice, na Polónia. Na cimeira das Nações Unidas, governos e representantes de quase 200 países discutem, até 14 de dezembro, as soluções para reforçar o Acordo de Paris, de combate ao aquecimento global.

A primeira-ministra da Namíbia, Saara Amadhila, destacou os problemas que os períodos de seca extrema e de cheias têm provocado no seu país. "A Namíbia é altamente vulnerável aos impactos das mudanças climáticas, já que a nossa economia depende da agricultura, do turismo e da pesca, que são vulneráveis ao impacto adverso das mudanças climáticas. Continuamos a suportar os efeitos de secas frequentes, que roubam ao nosso povo a sua subsistência, e inundações que destroem as nossas infraestruturas e degradam os nossos solos."

As delegações africanas prometem sair da cimeira deste ano com resultados concretos sobre o Acordo de Paris e ações para combater as mudanças climáticas no continente. "As pessoas estão conscientes do impacto das mudanças climáticas ou dos efeitos adversos no continente africano. Precisamos de recursos e tecnologias. Estamos aqui para fechar o Acordo de Paris e, finalmente, tomar uma decisão final", disse à DW África a ex-ministra do Meio Ambiente da Gâmbia, Fatou Ndege Gaye.

África é o continente mais vulnerável

Logo no início da cimeira, o Banco Mundial anunciou que vai disponibilizar 200 mil milhões de dólares entre 2021 e 2025 para ajudar os países em desenvolvimento com as alterações climáticas.

África quer resultados concretos na cimeira do clima

This browser does not support the audio element.

Além disso, os países desenvolvidos prometeram elevar os gastos públicos e privados anuais para 100 mil milhões de dólares nos países em desenvolvimento até 2020 para combater os impactos das mudanças climáticas. Boa parte destes recursos devem ser investidos em África.

A presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Maria Fernanda Espinosa, lembrou que "África é o continente mais vulnerável no que diz respeito às alterações climáticas", apesar de ser o que menos contribui para o aumento das emissões de CO2.

Por isso, Espinosa pediu aos países em desenvolvimento que intensifiquem e transformem o compromisso em ações. "África tem de estar no centro do financiamento climático, mas também em mecanismos de capacitação e transferência de tecnologia", defendeu. "Temos o desafio de passar pela recém-prometida reposição do fundo verde do clima e esperamos que os países que seguem o exemplo da Alemanha, que se comprometeram com uma grande reposição do fundo, discutam e financiem os recursos para que os países aumentem seus mecanismos de adaptação."

A cimeira do clima tem a missão crucial de encontrar as fórmulas para implementar o Acordo de Paris de 2015, que determina a contenção do aquecimento global com cortes drásticos nas emissões de gases de efeito estufa, a fim de limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5 graus centígrados.

Saltar a secção Mais sobre este tema