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África Sub-Saariana tem a pior nota em corrupção do mundo

Marina Estarque3 de dezembro de 2013

Desenvolvimento econômico da região não se reflete em melhorias para a população, afirma a Transparência Internacional. Ela publicou a edição de 2013 do Índice de Percepção da Corrupção.

Foto: Fotolia

A África Sub-Saariana é a região no mundo com a pior nota média no Índice de Percepção da Corrupção, divulgado nesta terça-feira pela ONG Transparência Internacional. O ranking avaliou 177 nações, em uma escala de 0 a 100. Quanto mais baixa a pontuação, mais corrupto é o setor público do país.

A África Sub-Saariana teve pontuação média de 32,5, seguida de Oriente Médio e Norte da África, com 37; Ásia e Pacífico, com 43; América, com 44,8; Europa Oriental e Ásia Central, 52.8; e Europa Ocidental, com 65,8.

A média mundial é bastante baixa, apenas 43 pontos. Segundo o coordenador da Transparência Internacional para África Central, Lucas Olo Fernandes, a África Sub-Saariana não teve melhoras desde 2012.

“Recentemente, nós podemos pensar que houve um certo desenvolvimento, em termos econômicos, mas isto não se traduziu em um maior bem-estar para a população. Nós vamos continuar vendo essa disparidade entre ricos e pobres, e a corrupção é a principal causa”, diz.

Infográfico do Índice de Percepção da Corrupção 2013 , da Transparência International

Os países de língua portuguesa na África

Dentre os países de língua portuguesa na África, Cabo Verde é citado como exemplo de combate à corrupção, em 41° lugar do ranking. De acordo com Fernandes, uma eventual ligeira queda do país nos próximos anos deve servir de alerta para seus governantes.

Já Guiné-Bissau figura entre os mais corruptos do mundo, na posição 163. A instabilidade política está prejudicando o desempenho do país, na avaliação da Transparência Internacional.

Segundo Fernandes, os conflitos são muitas vezes usados como pretextos para adiar as medidas de combate à corrupção. “No entanto, se isso não for considerado desde o início, a estabilidade não será sustentável”, defende.

Mas nem todos os países africanos de língua portuguesa pioraram. São Tomé e Príncipe se encontra na mesma posição do ano anterior, em 72°. Angola teve ligeira melhora, de um ponto, e é o país número 153 do Índice.

Moçambique

Moçambique perdeu um ponto, mas avançou no ranking, passando para o lugar 119. Segundo Baltazar Fael, um dos coordenadores do Centro de Integridade Pública, ONG moçambicana parceira da Transparência Internacional, a situação é preocupante no país.

Para a Transparência Internacional, o desenvolvimento econômico na África Sub-Saariana não gerou bem-estar socialFoto: picture-alliance/dpa

“Isto é resultado, na minha ótica, daquilo que são as políticas do Governo no combate à corrupção. São políticas pouco consistentes e pouco conhecidas, o que faz com que a população não participe disto”, explica.

Para ele, não houve evolução neste quesito desde o início dos anos 2000. Fael ressalta a importância de aprovar leis sobre o tema: “Tivemos um pacote anti-corrupção que está sendo aprovado a conta-gotas. Algumas leis são aprovadas, outras não.”

Ele defende ainda mais rigor do Estado dentro da administração pública. Segundo Fael, a corrupção retira prestígio do país e afasta investimentos estrangeiros.

De acordo com o índice da Transparência Internacional, Dinamarca e Nova Zelândia são os países menos corruptos, com 91 pontos, e Afeganistão, Coreia do Norte e Somália são os piores colocados, com apenas 8 pontos cada um.

África Sub-Saariana tem a pior nota em corrupção do mundo

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