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É preciso denunciar casos de violência doméstica

Manuel Ribeiro10 de dezembro de 2015

Filme que desperta para a violência doméstica, em São Tomé e Príncipe, está concluído e é oficialmente lançado, hoje, dia Internacional dos Direitos Humanos (10.12).

Elsa Figueira - Häusliche Gewalt
Foto: DW/C. Dias

A curta-metragem “Elsa Figueira” conta a história de uma mulher que enfrenta a violência do homem que ama. A ideia surgiu do rapper são-tomense Peka G Boom que escreveu uma música para alertar sobre o problema da violência doméstica durante a produção do álbum "Banho Público", em São Tomé, que será lançado em fevereiro de 2016.

O cantor escreveu a música em 2013, o realizador Kris Haamer fez o vídeo e o pintor Catita Dias juntou a fotografia através dos seus quadros. Aliados com a ONG Galo Cantá, estes três artistas criaram a campanha “Elsa Figueira”. "Conversei, num restaurante, com o Chris Haamer, que estava em São Tomé a fazer um projeto através de pinturas, ele ouviu a música e gostou. Falei-lhe na vontade de realizar um vídeo e o pintor concordou, então decidimos avançar", descreve o cantor.

O rapper explica que "queria fazer algo que marcasse a diferença e ajudasse a sociedade são-tomense" foi quando reparou "que em São Tomé existem muitos casos de violência doméstica. Há muitas mulheres que morrem no país por causa disso."

PekaGBoomFoto: Privat

"Elsa Figueira" representa todas as mulheres vítimas de violência doméstica

O filme, que foi realizado com o apoio de empresas locais e donativos obtidos na plataforma Kickstarter, está terminado e encena a história de “Elsa Figueira”, personagem fictícia criada como elemento simbolizador de todas as mulheres são-tomenses vitimas de violência doméstica.

A história foi inspirada na mãe do cantor que criou a música, Pércio Silva – Peka G Boom – rapper são-tomense. “A minha mãe foi a mulher que me deu inspiração para fazer esta música porque outrora ela sofreu de violência doméstica. A música foi feita com o título "Violência Doméstica” inspirada nisso que se passou e mais tarde criou-se a personagem fictícia que é a “Elsa Figueira”. E a minha mãe é uma “Elsa Figueira” porque passou por essa situação e hoje é uma mulher que conseguiu ultrapassar os problemas. É um exemplo positivo para todas as mulheres que passam por isso. É preciso fazer acreditar as pessoas que passam por isto de que é possível.”

O rapper adianta que não se trata apenas de um problema de São Tomé e que esta campanha “é de São Tomé para o Mundo. É para Portugal, Angola e para o resto do planeta.” E refere que a personagem, “Elsa Figueira”, é uma mulher que vem inspirar as pessoas, que passam por essa situação, a terem coragem e a denunciar casos desses. "É preciso as mulheres unirem-se e o mundo ouvir essa voz. Podemos ter um vizinho ou uma vizinha que passam por isso e nós podemos evitar o pior", concluí Peka G Boom.

Jorcilina CorreiaFoto: Privat

Jorcilina Correia é uma jornalista são-tomense a viver no Brasil. A jornalista colaborou como relações públicas do projeto. Jorcilina explica o lema que segue o filme. “Kua ku wê ka pia, no ca pô muda é o tema que é defendido pelo rapper Peka G Boom. Acredito sim, que o que os olhos vêm, nós podemos mudar e a violência doméstica é o que está visível. A sociedade está consciente, nós estamos vendo o que está a acontecer e nós podemos mudar essa realidade. Estamos perante uma sociedade cobarde que é incapaz de denunciar. Normalmente as pessoas dizem que briga entre marido e mulher não se mete a colher, é um provérbio que se estende por todo o mundo independentemente da língua e da cultura. Se acontecesses comigo com certeza denunciaria na primeira hora", sublinha a jornalista.

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