Dois anos depois de o vírus do ébola ter matado dezenas de pessoas na RDC, esta sexta-feira (12.05), a Organização de Mundial de Saúde confirmou um novo caso mortal no país.
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O vírus do ébola retornou à República Democrática do Congo, após mais de dois anos desde o seu último grande surto, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta sexta-feira (12.05).
Três pessoas morreram de febre, uma das quais confirmada com o vírus ébola. As autoridades sanitárias identificaram nove pessoas que estavam sofrendo de febre hemorrágica numa região na província de Baixo-Uélé, no nordeste da RDC, a partir de 22 de abril, informou o Ministério da Saúde do país em comunicado.
Segundo a OMS, trata-se de uma zona de floresta equatorial, que faz fronteira com a República Centro Africana. A região afetada chama-se Likati.
Em um discurso televisivo, o ministro da Saúde, Oly Ilunga, exortou a população a "não entrar em pânico" e disse que seu país "tomou todas as medidas necessárias para responder rápida e eficientemente à eclosão da doença", afirmou.
"Nosso país tem de enfrentar um retorno do vírus ébola que constitui uma crise de saúde pública de importância internacional", declarou o ministro.
O caso "está em uma zona muito remota", confirmou o porta-voz da OMS, Eugene Kabambi, à agência de notícias Reuters.
Em 2014, a RDC foi atingida pelo sétimo surto do vírus Ebola, que matou 49 pessoas, mas não estava relacionada com o surto simultâneo na África Ocidental. A epidemia do vírus ébola na África Ocidental matou mais de 10 mil pessoas, entre 2013 e 2016.
Ébola é uma febre hemorrágica altamente contagiosa que pode ser transmitida por animais, incluindo morcegos e macacos. O vírus é fatal em até 90% dos casos.
Uma vacina experimental foi desenvolvida recentemente. A OMS disse que a vacina poderia ser usada em emergências. A Aliança Mundial para Vacinas e Imunização informou que 300 mil doses de emergência da vacina estão disponíveis em caso de um surto em larga escala.
Ébola: luta contra o vírus mortal
Apesar das medidas preventivas, algumas pessoas já se contaminaram com o vírus na Europa e Estados Unidos. Cuidadores utilizam trajes para prevenir a propagação, mas na África a proteção ainda deixa a desejar.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
Foto: Reuters/City of Dallas
Proteção em África
Agora, médicos e enfermeiros na África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
Foto: picture alliance/AP Photo
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
Foto: Reuters/James Giahyue
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
Foto: Zoom Dosso/AFP/Getty Images
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
Foto: Cellou Binania/AFP/Getty Images
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.