Segundo o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, as intempéries afetaram já, desde outubro, mais de 273 mil pessoas.
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A atual época chuvosa em Moçambique, que decorre desde outubro até abril, já matou 117 pessoas, disse no parlamento, esta quarta-feira (08.03), o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita.
Descrevendo como "devastador" o impacto das cheias e ventos, Carlos Mesquita, que falava durante a sessão de respostas do Governo às perguntas das três bancadas da Assembleia da República, estimou que as intempéries já tenham afetado mais de 273 mil pessoas.
Chuvas em Inhambane: Mabote em situação de calamidade
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O ministro apontou ainda a destruição total de mais de 26 mil casas (habitações precárias de autoconstrução, na sua maioria) e prejuízos noutras 18 mil.
Ao nível da agricultura e pecuária, há a registar a perda de 72 mil hectares de culturas, de mais de mil bovinos e 31 mil.
Impactos na educação
O mau tempo afetou igualmente mais de mil escolas, impedindo de estudar, provisoriamente, mais de um milhão de alunos.
Dezenas de unidades de saúde e embarcações também foram destruídas.
Carlos Mesquita apontou a ocorrência de chuvas fortes em fevereiro, agravadas pelas descargas nas barragens dos países vizinhos, e a tempestade severa como fatores que contribuíram para as mortes e danos registados na atual época chuvosa.
Entre outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por cheias, fenómeno justificado pela sua localização geográfica, sujeita à passagem de tempestades e, ao mesmo tempo, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral.
Inhambane: Tempestade Freddy deixa rastro de destruição
A tempestade Freddy que atingiu a província de Inhambane, sul de Moçambique provocou vários danos em infraestruturas entre públicas e privadas e várias famílias estão sem abrigos.
Foto: Luciano da Conceição/DW
Condicionada a circulação de viaturas em Inhambane
Várias estradas com destaque para a Nacional número um (EN1), estão em perigo em alguns troços devido a errosão provocada pelas fortes chuvas que caem na região desde a tarde do último sábado.
Foto: Luciano da Conceição/DW
Salas de aulas destruídas
O Governo provincial ainda está a fazer o levantamento dos danos provocados pela tempestade. Mas o distrito de Vilankulo contabiliza até ao momento, cerca de 43 escolas que foram assoladas tendo como destaque a Escola Primária de Mapinhane, Mavanza, Chiungute, Chipanzane, Escola Básica 16 de Junho, Caxane e Belane.
Foto: Luciano da Conceição/DW
Falta de drenagens condiciona a circulação nos bairros
As chuvas que caem em Inhambane trazem à tona o velho debate da falta de valas de drenagem para o escoamento das águas fluviais. E como consequência, várias ruas tornaram-se em autênticos leitos, condicionando a circulação de pessoas e bens. As águas também estão a inundar os bairros.
Foto: Luciano da Conceição/DW
Vias de acesso urbanos postos à prova
As águas da chuva provocada pela tempestade Freddy também estão a colocar à prova a qualidade das obras de asfaltagem das estradas urbanas nas cidades de Inhambane e Maxixe.