Última semana da COP26 arranca com ações paralelas
8 de novembro de 2021Com uma semana para debater temas como a adaptação às alterações climáticas, o papel da mulher na ação climática, a ciência e inovação, a descarbonização dos transportes e as cidades, culminando com o fim das negociações na sexta-feira (12.11), hoje o dia é praticamente de descanso, segundo a agenda da presidência da cimeira do clima, a COP26.
No entanto o dia é recheado de outros eventos que estão a decorrer paralelamente, protagonizados por jovens, empresas, associações, academias e organizações não-governamentais.
Hoje falar-se-á, por exemplo, do papel dos jovens migrantes na adaptação às alterações climáticas, das ameaças das alterações climáticas nas ilhas do Oceano Pacífico, do papel da cultura na resiliência climática ou dos direitos das comunidades vulneráveis na América Latina devido aos impactos das alterações climáticas. São quase duas dezenas de eventos ao longo do dia.
18 milhões para seguros sobre clima em África
Ontem, o Governo da Alemanha anunciou que vai dar 18 milhões de euros para financiar os seguros contra as secas e os ciclones tropicais em África, disponíveis para os países africanos junto das entidades seguradoras regionais.
"O objetivo é permitir que os governos africanos, a braços com dificuldades financeiras, e as agências humanitárias se preparem para os desastres [climáticos], financiando a cobertura seguradora contra as secas e os ciclones tropicais", lê-se numa nota enviada à Lusa.
Entre os objetivos desta doação à seguradora de risco africano ARC está também a "mitigação dos impactos das alterações climáticas para as comunidades mais pobres e mais vulneráveis, disponibilizando apoio imediato" para os países membros desta seguradora regional, entre os quais está Moçambique.
A ARC é uma iniciativa da União Africana que tem 35 estados membros, e fornece seguros contra as secas e os ciclones tropicais, frequentes em várias regiões de África.
62 acordos assinados
Desde 2014, já houve 62 acordos assinados pelos 35 Estados membros africanos que abrangem uma cobertura cumulativa de 720 milhões de dólares, cerca de 623 milhões de euros, protegendo 72 milhões de pessoas nestes países.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.