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50 anos de independência angolana com programa "abrangente"

Manuel Luamba
25 de outubro de 2024

O Conselho da República reuniu-se para preparar as celebrações dos 50 anos de independência, com eventos que visam reforçar o patriotismo. Chivukuvuku volta ao órgão, após a legalização do PRA-JA, e gera especulações.

Angola, Luanda | Presidente, João Lourenço
Chefe de Estado angolano, João Lourenço Foto: Julio Pacheco Ntela/AFP/Getty Images

A porta-voz do órgão de consulta do Presidente da República, Rosa Cruz e Silva, afirmou que as celebrações "vão reforçar o patriotismo e o orgulho nacional".

Segundo Adão de Almeida, Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, durante as celebrações, várias infraestruturas serão inauguradas, incluindo instituições do poder local.

"No plano de administração do território, infraestruturas autárquicas serão implementadas."

Os conselheiros do Presidente João Lourenço foram informados sobre o andamento dos preparativos para os 50 anos da "Dipanda" – como é popularmente conhecida a independência angolana. Nesta quarta-feira, a Frente Patriótica Unida (FPU) acusou o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder desde a independência em 1975, de tentar apropriar-se das festividades. No entanto, as declarações de Rosa Cruz e Silva, porta-voz do Conselho da República, indicam o contrário.

"Reforçar o patriotismo e o orgulho nacional, promover o conhecimento sobre a história e a cultura de Angola, refletir sobre os desafios enfrentados e as oportunidades futuras para o desenvolvimento do país, e celebrar a solidariedade e cooperação entre os diversos setores da sociedade."

Os conselheiros sugeriram a ampla divulgação, por todos os meios possíveis, dos eventos constantes do programa de comemorações, para que a nação se mobilize em torno deste momento histórico, tendo vários anunciado a intenção de apresentarem propostas à comissão interministerial encarregue do plano de festividades, lê-se no comunicado.

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Fórum nacional

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, e coordenador da comissão interministerial, disse, na apresentação do programa aos conselheiros, que no dia 22 de novembro deste ano será aberto o período de celebrações, que arranca com a realização de um fórum nacional sobre a qualidade do sistema de educação e ensino.

"Pretende-se neste tipo de eventos fazer uma reflexão, no caso específico sobre o que foi o nosso sistema de educação e ensino ao longo dos 50 anos, bem como daí fazerem-se reflexões para o futuro em relação à matéria em discussão", referiu.

Segundo Adão de Almeida, o fórum é a primeira atividade a realizar-se no âmbito das festividades, mas o lançamento oficial acontece apenas no dia 29 de novembro, nas proximidades do Largo da Independência, com a realização de um ato que visa destacar, quer com presenças quer com o modelo da atividade, "o momento histórico da proclamação da independência".

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Além dos conselheiros habituais, a reunião desta quinta-feira (24.10) contou com a presença de uma nova figura: Abel Chivukuvuku. No entanto, ele afirma que não é novidade voltar ao Conselho da República, pois já fez parte do órgão por sete anos – cinco durante a governação do ex-presidente José Eduardo dos Santos e dois na era de João Lourenço.

Chivukuvuku explicou que, antes de aceitar o convite, fez várias consultas: 

"Perguntei ao presidente do Bloco Democrático, Dr. Filomeno Vieira Lopes; consultei o presidente da UNITA, engenheiro Adalberto Costa Júnior; consultei meus familiares e algumas entidades livres públicas do nosso país; e, por fim, consultei os dirigentes do PRA-JA. O resultado foi: 'Aceite.' E eu aceitei."

A sua nomeação, uma semana após a legalização do seu projeto político PRA-JA Servir Angola, gerou controvérsia, com especulações sobre um possível acordo secreto entre Chivukuvuku e o presidente João Lourenço. No entanto, Chivukuvuku minimizou a polêmica, afirmando que não havia motivos para debate sobre a sua nomeação. "Uma das questões que me colocaram nas consultas foi: 'Vocês são críticos o tempo todo. Agora te convidam para criticar aqui e você diz que não quer? Só quer criticar à distância?' Portanto, ouvi todas as opiniões e não decidi sozinho. Aliás, é uma questão simples e não merecia tanta ansiedade."

 

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