Há três anos que o assunto é alvo de intensa especulação nos corredores da política angolana.

Foi o próprio presidente angolano quem lançou a expetativa nacional para janeiro, quando disse que o assunto das listas eleitorais estaria arrumado por esta altura: "A lei orgânica das eleições gerais permite atualizar a composição da Comissão Nacional Eleitoral Independente, na qual essa mesma lei atribui a responsabilidade de  conduzir e organizar o processo eleitoral e de criar as condições."

A sucessão do presidente José Eduardo dos Santos e a alteração na bancada parlamentar deverá dominar dentro de alguns dias os trabalhos da mais esperada reunião do Bureau Político do MPLA, o partido no poder.

A reunião de cúpula do partido que governa Angola tem como base a realização das eleições gerais, previstas para setembro próximo, em que o cabeça de lista do partido será o candidato a presidente da República.

Rumores e especulações

Em Angola, analistas consideram que o grande problema é a questão da sucessão de José Eduardo dos Santos. Para a sua substituição são apontados nomes como Manuel Vicente, presidente da empresa petrolífera nacional Sonangol, entre outros militantes da velha guarda do partido. Outras vozes do partido, entretanto, dizem que tudo não passa de especulação.

Existe ainda uma outra especulação, por exemplo, o "Novo Jornal", na sua última edição, avançava que José Eduardo dos Santos vai continuar até 2016, cumprindo assim um último mandato.

Quanto à bancada parlamentar, espera-se que seja rejuvenescida com a entrada em cena de mais de 70 por cento de deputados, cujas listas serão terminadas em breve.

Em Angola, falar de José Eduardo dos Santos e da sua saída é um assunto quase tabu, dentro do MPLA. O presidente angolano está no poder há 32 anos ininterruptos, sendo também o comandante em chefe das Forças Armadas.

Segundo a Constituição angolana, o número um da lista vencedora das eleições gerais torna-se automaticamente Presidente da República, pelo que em caso da resignação do número um ao cargo, o nome que se segue sobe à chefia do Estado. 

Relativamente ao escrutínio de 2012 o presidente angolano garantiu em dezembro último, no seu discurso de fim de ano, que ele será livre, transparente e justo.

Autor: Manuel Vieira (Luanda)/Agência Lusa
Edição: Nádia Issufo/António Rocha