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"A pretensão é genuína", diz Nyusi sobre diálogo com Nhongo

Leonel Matias (Maputo) | mp
28 de outubro de 2020

Presidente afirma que foi registado ataque da Junta Militar em plena trégua unilateral proposta pelo Governo, mas que a oferta de diálogo continua. Filipe Nyusi salienta que está comprometido com a paz.

Filipe Nyusi, Präsident von Mosambik
Foto: DW

O Presidente Filipe Nyusi disse esta quarta-feira (28.10), na abertura da XI Reunião Nacional das Autarquias Locais, que a autoproclamada Junta Militar da RENAMO realizou um ataque a um autocarro de passageiros em plena trégua unilateral, proposta pelo Governo para permitir a abertura de um diálogo de paz.

"A Junta Militar voltou no dia 26 de outubro, às 18 horas, a disparar contra um autocarro de passageiros na província de Sofala. Mesmo assim, mantenho a minha posição de não perseguir [a Junta Militar], para dar espaço a esses contactos que estão a ser estabelecidos", reiterou.

Nyusi acredita que pode ser que não tenha ocorrido tempo suficiente para que a trégua fosse comunicada e salientou que o Governo está comprometido com a paz.

"Tenho a certeza de que a pretensão é genuína, porque não conhecemos outra maneira de ser e de estar. Queremos dar tempo e espaço para que se possam desenvolver serenamente os contactos, sem ruído", declarou o mandatário numa mensagem direta à Junta Militar.

Nhongo diz que também quer conversarFoto: DW/A. Sebastiao

"Diálogo está a ser exercido"

Apesar de se mostrar aberto a negociar, o líder da autoproclamada Junta Militar, Mariano Nhongo, exige iniciar conversações apenas com o Presidente da República e não com Ossufo Momade, líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

Nhongo reiterou que Ossufo Momade deve ser afastado da liderança do maior partido da oposição moçambicana para que uma eventual negociação de paz tenha sucesso. Na segunda-feira (26.10), Nhongo disse à DW África que o Presidente ainda não lhe tinha ligado.

"Quando eu ouvir e ver que a FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique] está interessada para que haja paz, eu enviarei os meus homens para negociar com a FRELIMO", afirmou.

Nyusi reiterou que vai manter a trégua e reagiu às exigências do líder da Junta Militar. "Não há espaço para dizer: 'Faça isso, faça aquilo'. As exigências que possam existir acontecem no diálogo que está a ser exercido não necessariamente por mim. Continuamos firmes pela paz", disse o chefe de Estado Moçambicano.

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