O antigo Presidente dos EUA George H. W. Bush teve uma carreira de ascenção em linha recta no cenário internacional, da Reunificação Alemã à Guerra do Golfo.
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A carreira de George Herbert Walker Bush teve uma ascensão em linha recta. Com o apoio do então presidente norte-americano, Richard Nixon, Bush conquistou um assento no Congresso em 1966, como representante de Houston, no estado do Texas. Cinco anos mais tarde, Bush foi nomeado embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas. Em meados dos anos 1970, Bush foi nomeado pelo governo como primeiro representante diplomático dos EUA na China.
Em 1976 e 1977, Bush dirigiu os serviços secretos norte-americanos, a CIA. Em 1980, candidatou-se pela primeira vez à corrida presidencial republicana. Uma corrida que Bush perdeu contra Ronald Reagan. Reagan nomeou-o mais tarde como vice-presidente.
A trajetória de George W. Bush
O então presidente norte-americano precisava de Bush, sobretudo, para reforçar a posição norte-americana frente à União Soviética, cuja queda Bush já assistiu enquanto presidente. Devido à sua actuação ponderada, Bush ganhou a confiança do último líder soviético, Mikhail Gorbatchov.
O mesmo aconteceu durante as negociações do Tratado Dois-Mais-Quatro, entre as duas Alemanhas e as quatro potências que tinham ocupado o país desde o fim da II Guerra Mundial. Bush esteve, desde o início, a favor da auto-determinação alemã.
"Congratulo o chanceler alemão Helmut Kohl, tal como todos os alemães do Leste e do Ocidente e da Berlim dividida durante tanto tempo, pelo facto de terem mantido vivo o seu sonho de auto-determinação nacional", afirmou.
Força militar
Bush apostou na força militar. Durante o seu mandato, Bush enviou tropas para o Panamá para capturar o Chefe de Estado Manuel Noriega. Além disso, liderou uma coligação das Nações Unidas na Guerra do Golfo contra o Iraque, depois do ditador Saddam Hussein ter invadido o vizinho Kuwait. No final da intervenção no país, Bush decidiu não ir além do objectivo da resolução 678 das Nações Unidas e parou a marcha das tropas rumo a Bagdad.
"Esta não é apenas uma vitória para o Kuwait, mas é também uma vitória para todos os membros da coligação. Esta é uma vitória para as Nações Unidas, para toda a humanidade e para o direito internacional", disse na altura.
Bush plantava assim as sementes para a segunda guerra no Iraque, liderada pelo seu filho em 2003 com outro objectivo e outros meios. Em público, Bush pai nunca criticou a decisão do filho. Mas é sabido que Bush sénior não estava sempre de acordo com todas as decisões políticas do filho George W. Bush.
Bush, pai, é visto como um estadista de sucesso e um sábio estratega da política internacional. No entanto, o seu ponto fraco foi a política interna. Apesar do sucesso na guerra no Iraque, Bush perdeu em 1993 as eleições contra Bill Clinton, até porque durante o tempo em que esteve no poder, Bush subiu os impostos, apesar das suas promessas em contrário.
Em 2008, Bush recebeu em Berlim o prémio Henry Kissinger, pela sua contribuição para a parceria transatlântica. Em 2011, o presidente norte-americano Barack Obama entregou a Bush a "Presidential Medal of Freedom", a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior condecoração civil dos Estados Unidos.
A trajetória política de Helmut Kohl
Kohl governou a Alemanha ao longo de 16 anos, mais do que qualquer outro chanceler federal. A reunificação das duas Alemanhas e a União Europeia são os pontos altos da carreira política de Kohl, que morreu em 2017.
Foto: picture-alliance/dpa/U. Baumgarten
O pai da reunificação alemã
Helmut Kohl governou a Alemanha ao longo de 16 anos, mais do que qualquer outro chanceler federal. A reunificação das duas Alemanhas e a União Europeia são os pontos altos da carreira política de Kohl, que morreu em 16 de junho de 2017. "Sem ele, a União Europeia de hoje não teria sido possível", disse a chanceler atual, Angela Merkel.
Foto: picture-alliance/dpa/U. Baumgarten
Nos passos de Adenauer
Kohl entrou para a União Democrata Cristã (CDU) em 1946, ainda como estudante da escola secundária com apenas 16 anos. Foi eleito deputado estadual da Renânia-Palatinado em 1959, aos 29 anos. Em 1966, tornou-se presidente estadual da CDU. A foto de 5 de janeiro de 1967 mostra Kohl e o primeiro chanceler federal da Alemanha pós-Guerra, Konrad Adenauer, na festa dos seus 91 anos, em Bonn.
Foto: picture alliance / dpa
Primeiro-ministro aos 39 anos
Em 1969, com a renúncia do então primeiro-ministro da Renânia-Palatinado, Peter Altmeier, Kohl foi eleito seu sucessor. Ele comandaria o estado até dezembro de 1976. Sempre manteve uma ligação forte a este estado onde também será sepultado no cemitério da catedral de Speyer, no dia 1 de julho de 2017. A foto é de 1971, ano em que a CDU obteve a maioria absoluta no parlamento regional.
Foto: Imago
Em família
A família foi muito importante para a formação da imagem pública de Kohl. Ele costumava passar suas férias de verão com a esposa e os filhos sempre no mesmo lugar, no lago Wolfgangsee, na Áustria. Esta foto é de 1974, e mostra Kohl ao lado da esposa Hannelore e dos filhos Peter (d) e Walter (e) na residência da família, em Oggersheim.
Foto: imago/Sven Simon
Kohl na chancelaria federal
Em 1973, Kohl se tornaria presidente nacional da CDU. Mas ele ainda não tinha atingido sua grande meta: a chancelaria federal. Foi só em 1982, quando divergências entre social-democratas e liberais levaram ao fim da coligação do então chanceler federal Helmut Schmidt, que Kohl finalmente conseguiu alcançar seu objetivo. Na foto, de 1º de outubro de 1982, Schmidt parabeniza o sucessor.
Foto: picture-alliance/dpa
Chanceler federal por 16 anos
Kohl foi três vezes reeleito para a chancelaria federal, ocupando o cargo ao longo de 16 anos, de 1982 a 1998. Ele permaneceu na presidência da CDU, para a qual havia sido eleito em 1973, até 1998. A partir de 2000, passou a ser o presidente de honra do partido. A foto é de 11 de setembro de 1989, quando Kohl foi reeleito para a presidência da CDU.
Foto: picture alliance/Martin Athenstädt
Gesto de reconciliação
Esta foto, que mostra Kohl ao lado do Presidente da França, François Mitterrand, correu o mundo. Ela foi tirada em 22 de setembro de 1984, durante um evento para celebrar a reconciliação franco-alemã, perto do cemitério de Verdun, onde estão enterrados soldados que morreram na Primeira Guerra Mundial. De mãos dadas, os dois líderes criaram uma forte imagem de unidade e reconciliação europeia.
Foto: ullstein bild/Sven Simon
Queda do Muro
Kohl foi literalmente surpreendido pela queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989. Ele estava em viagem pela Polónia quando os cidadãos da Alemanha Oriental invadiram a fronteira interna alemã, com a anuência dos guardas do lado oriental. Kohl interrompeu imediatamente sua visita à Polónia. Na foto, de 10 de novembro de 1989, ele é cercado por berlinenses na avenida Kurfürstendamm.
Foto: picture-alliance/dpa
Negociações com a União Soviética
Na foto Kohl (d) aparece junto com Mikhail Gorbatchov (centro), e o ministro alemão do Exterior, Hans-Dietrich Genscher (e), durante uma visita ao Cáucaso, em 15 de julho de 1990, para discutir a reunificação alemã. Durante uma caminhada com Gorbatchov, Kohl obtivera do então chefe do Kremlin a aprovação da reunificação do país e da retirada das tropas soviéticas da Alemanha Oriental.
Foto: picture-alliance/dpa
Acordo entre as Alemanhas
Na presença do chanceler da Alemanha Oriental, Lothar de Maizière (esq. atrás) e do chanceler federal Helmut Kohl (centro atrás), os ministros das Finanças da Alemanha Ocidental e Oriental, Theo Waigel (dir.) e Walter Romberg (esq.), assinam, em 18 de maio de 1990, o acordo da união monetária das duas Alemanhas. O acordo abriria o caminho para a reunificação das duas Alemanhas (RFA e RDA).
Foto: picture-alliance/dpa
Chanceler da reunificação
A reunificação alemã, em 3 de outubro de 1990, foi o ponto alto da carreira de Helmut Kohl. Ele entraria para a história como o "chanceler da reunificação". Na foto, tirada em frente do edifício do Parlamento alemão em Berlim, Kohl aparece ao lado da esposa Hannelore, do ministro do Exterior Hans-Dietrich Genscher (e) e do Presidente Richard von Weizsäcker (d).
Foto: picture-alliance/dpa
"Paisagens florescentes"
No início dos anos 1990, Kohl é festejado pelos alemães-orientais como promotor da Reunificação. É dessa época a famosa expressão "paisagens florescentes", que ele usou para se referir ao futuro imediato da antiga Alemanha Oriental, a República Democrática Alemã (RDA). A foto mostra o então chanceler cercado por admiradores em Leipzig, durante uma campanha eleitoral, em 14 de março de 1990.
Foto: picture-alliance/dpa
Mentor de Angela Merkel
Sem Kohl, o sucesso da atual chanceler federal alemã, Angela Merkel, é praticamente inconcebível. Foi ele que apoiou a política oriunda da Alemanha Oriental no início da sua carreira nacional, escolhendo-a para ser ministra da Família e, mais tarde, do Meio Ambiente. A foto é de 16 de dezembro de 1991, quando Merkel era ministra da Família. Mais tarde, Merkel viria a ser a primeira chanceler.
Foto: picture-alliance/dpa
A derrota de 1998: Fim de uma era
Em setembro de 1998, a CDU e Kohl perderam as eleições parlamentares. Venceu o SPD e o seu candidato Gerhard Schröder, que governou pela primeira vez na história alemã com uma coligação entre social-democratas e verdes. A foto mostra uma cerimónia de despedida para Kohl, em Berlim, com honras militares.
Foto: picture-alliance/dpa
Escândalo de caixa dois
Em 1999, a imagem de Kohl é duramente atingida por um escândalo de doações ilegais para campanhas eleitorais da CDU ao longo dos anos 1990. O partido vira as costas para Kohl, e a primeira a fazê-lo é Merkel, sua protegida. Na foto, de dezembro de 1999, Kohl deixa mais cedo uma entrevista coletiva sobre o caso. Ao fundo, o presidente da CDU, Wolfgang Schäuble, e a secretária-geral Angela Merkel.
Foto: picture-alliance/dpa
Relação rompida
Kohl acabou admitindo que sabia das doações, mas se recusou a dar o nome dos doadores, anônimos até hoje. O processo contra Kohl foi arquivado em troca de uma multa milionária, e ele se afastou da política. Merkel tentou várias vezes se reconciliar com seu antigo mentor, que rejeitou todas as tentativas de aproximação. A foto mostra os dois na festa de 75 anos de Kohl, em Berlim, em 2005.
Foto: picture-alliance/dpa
Segundo casamento e isolamento social
Em 2001 a primeira mulher de Kohl, Hannelore Kohl, cometeu suicídio. Sete anos mais tarde, Kohl casou-se pela segunda vez com Maike Richter (e). Os últimos anos da vida foram marcados por um isolamento social. Após uma queda em 2007, teve dificuldades a falar. Cortou as relações com os seus filhos. Poucas pessoas tiveram acessos a sua casa em Oggersheim, onde morreu em 16 de junho de 2017.