Habitantes queixam-se da falta de serviços públicos
6 de março de 2015Os mais de 800 mil habitantes de Cacuaco, subdivididos em três comunas, debatem-se com estes problemas há muitos anos. Segundo os moradores, os acidentes na estrada que liga a província de Luanda à do Bengo, são numerosos, porque não há iluminação e falta uma passadeira que permita aos peões atravessarem em segurança a rodovia.
Os acidentes têm deixado várias famílias enlutadas e deles resultam também muitos feridos. Em todo município, há apenas uma passadeira, localizada no bairro da Boa Esperança.
Muitos atropelamentos
A passadeira foi construída por um empresário que tem um colégio nas imediações da estrada, contaram à DW África os munícipes José Katambala e Domingos Júnior: "Há muitos acidentes neste troço. Tudo porque as pessoas atravessam a estrada em estado de embriaguez e tal como os próprios motoristas” dizem estes cidadãos, que reclamam uma ponte para os peões: “Quando há reuniões nas escolas, temos falado sempre sobre este assunto e a direção da escola diz que depende da administração. Precisamos de pedonais com urgência, porque há muitos atropelamentos aqui na vila de Cacuaco".
A localidade é conhecida pela atividade piscatória aqui desenvolvida. Também aqui estão localizadas grandes indústrias, como uma fábrica de cimento. A Empresa Pública de Águas (EPAL) vai buscar ao rio Zenza água com a qual abastece outras zonas de Luanda. Mas não os principais bairros de Cacuaco, como Mulemba, Paraíso, Kicolo, Pedreira e Cerâmica.
Falta de água e luz e muita criminalidade
O mesmo acontece com a distribuição da luz elétrica, como lamentam os habitantes do município aos microfones da DW África: "No meu bairro estamos há dois meses sem luz.. Há poucas casas com luz elétrica. Já estamos há dois meses sem água, temos que ir buscar água noutro sitio. Estamos a comprar muito caro os recipientes com 20 litros desse precioso líquido".
Os habitantes daquela parcela da capital angolana dizem que a cada dia que passa, aumentam os problemas relacionados com os serviços públicos. Segundo estes cidadãos a administração não resolve as suas inquietações, entre as quais realçam a criminalidade, assunto que tem levado os populares a fazerem justiça pelas mãos próprias.
Estradas por asfaltar
As estradas terciárias do município não estão asfaltadas. Quando chove, dizem os habitantes, as ruas ficam inundadas e enlameadas, dificultando a circulação:
"A administração já prometeu asfaltar as estradas, mas até agora não fez nada. Precisamos que façam pelo menos o serviço de terraplanagem para facilitar-nos a circular. Existe muito roubo aqui", explicaram os munícipes.
A DW África procurou ouvir o administrador municipal Carlos Cavukila, mas não obteve resposta.