O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, comunicou segunda-feira aos partidos políticos o adiamento das eleições autárquicas e regional para o Príncipe. Votação deverá ocorrer só em 2018, ano de legislativas.
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Evaristo Carvalho recebeu as quatro formações políticas com representação parlamentar e outras seis sem assento para lhes anunciar que o Governo comunicou ao chefe de Estado que não existem condições financeiras para realizar aquelas eleições.
"O Governo comunicou ao Presidente da República que neste momento o país não está em condições económicas e financeiras para suportar os encargos com a realização das eleições", disse o secretário-geral do Ação Democrática Independente (ADI), Levy Nazaré, o primeiro a ser recebido pelo chefe de Estado.
Levy Nazaré sublinhou que "todos os cidadãos estão a acompanhar a situação financeira do país", defendendo que "quando as condições financeiras estiverem reunidas" se realizarão os dois escrutínios.
O principal partido da oposição, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), disse que a justificação do Governo "não estranha", mas lamentou, considerando que "no orçamento retificativo há uma verba de dez mil milhões de dobras (cerca de 400 mil euros) de fundo de contrapartida da venda do arroz do Japão para a realização destas eleições".
Adiamento "absurdo"
Os sociais-democratas, representados pelo seu líder parlamentar, Jorge Amado, e um vice-presidente, Américo Barros, consideram por isso "absurdo" que o Presidente da República não marque a data das eleições. "O Presidente da República convoca os partidos políticos para marcar a data das eleições e não para comunicar a impossibilidade desta data", explicou Américo Barros.
O Partido de Convergência Democrática (PCD), através do seu presidente, Arlindo Carvalho, considerou que o "governo deve definir prioridades". "O governo diz que não há meios para realizar eleições, entretanto há meios para se criar o Tribunal Constitucional, há fundos para dar empréstimos. Se há meios para essas coisas, porque é que não haveria para realizar as eleições?", questionou.
O calendário eleitoral são-tomense estabelece que as autarquias e o Governo Regional do Príncipe têm um mandato de três anos e em 2017 deveriam realizar-se novas eleições para a escolha dos presidentes das câmaras distritais e do presidente do governo da Região Autónoma do Príncipe.
Insegurança nos táxis de São Tomé e Príncipe
Em São Tomé e Príncipe, andar de táxi pode não ser uma viagem agradável. Os táxis e mini-autocarros da capital, São Tomé, são conhecidos pelo grande número de acidentes e os proprietários enfrentam dificuldades.
Foto: DW/Ramusel Graça
Viaturas em más condições
Em São Tomé e Príncipe, andar de táxi pode não ser uma viagem agradável. Os táxis e mini-autocarros da capital, São Tomé, são conhecidos pelo grande número de acidentes. O parque automóvel está degradado, as dificuldades com a manutenção são um problema do dia-a-dia, associado ao aumento dos preços dos combustíveis. Ainda assim, o táxi continua a ser o ganha-pão de muitas famílias.
Foto: DW/Ramusel Graça
Milhares de passageiros por dia
Cerca de mil viaturas pintadas de amarelo concentram-se na Avenida Geovani, em São Tomé, que faz fronteira com os dois principais mercados Municipal e Coco Coco. São responsáveis pelo movimento diário de cerca de 17 mil pessoas. O parque automóvel é constituído na sua maioria por viaturas Toyota, que os taxistas dizem ser uma marca resistente.
Foto: DW/Ramusel Graça
Remendar e substituir
Claudino da Graça troca o pneu do seu carro. A sua viatura é quase uma anarquia de peças, fruto de vários remendos. Claudino sabe que a solução não é das melhores, mas garante que este carro é o único ganha-pão. A sua viatura, adquirida por empréstimo há já quatro anos, não oferece conforto ou segurança e clama por uma manutenção urgente. O barulho do motor e das chapas soltas não são bons sinais.
Foto: DW/Ramusel Graça
O perigo do "engenho"
Estas viaturas representam o sustento de muitas famílias e, por isso, os condutores enfrentam a estrada com coragem e engenho. Um litro de combustível custa cerca de um euro. Face ao baixo poder de compra, muitos taxistas improvisam depósitos alternativos, utilizando vasilhas de plástico altamente inflamáveis ao lado do motor. Quando o depósito fura, uma garrafa de litro resolve o problema.
Foto: DW/Ramusel Graça
Transporte de mercadorias
Os táxis que ligam o centro da ilha de São Tomé a aldeias no norte e no sul da capital abastecem os mercados logo pela manhã, com peixe e produtos hortícolas, pão e carvão. Os carros estão muitas vezes mal-conservados e circulam sobrecarregados. A viatura na foto tem a mala partida. Uma trave de madeira permite mantê-la aberta.
Foto: DW/Ramusel Graça
Do mar para o mercado: de táxi
Pescadores e peixeiras aproveitam os táxis coletivos para trazer peixe das cidades costeiras para a capital, São Tomé. O transporte é feito nas malas das viaturas, sem refrigeração. Um dia de trabalho para os taxistas que ligam zonas longínquas, incluindo a cobrança das cargas, representa cerca de 100 euros.
Foto: DW/Ramusel Graça
Concorrência em duas rodas
Muitos taxistas colocam a hipótese de abandonar a atividade, que em tempos foi um grande negócio. Aqueles que percorrem a periferia da capital chegam a faturar apenas dez euros num dia. E os moto-táxi (na foto) fazem concorrência aos taxistas são-tomenses.
Foto: DW/Ramusel Graça
Alternativa degradada
Neste arquipélago lusófono não existe uma linha regular de transportes públicos. A última, instituída em 2006, entrou em falência. Os taxistas não têm uma tarefa fácil: argumentam que o poder de compra dos são-tomenses baixou e a imagem das viaturas desmotiva os clientes. Na foto, táxis coletivos esperam por clientes junto à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no bairro de Água Grande.
Foto: DW/Ramusel Graça
Amarelo
Até que volte a haver uma linha regular de ónibus, os táxis e mini-autocarros continuam a ser a única alternativa para que não tiver uma viatura própria. Os transporte de pessoas e mercadorias na ilha de São Tomé depende dos 17.000 táxis pintados de amarelo, que circulam nesta república centro-africana.