1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaEstados Unidos

Africanos divididos com regresso de Trump à Casa Branca

Michael Oti | rl | Lusa
22 de janeiro de 2025

O regresso de Donald Trump e o que pode acarretar para África divide opiniões. Há quem veja o segundo mandato do Presidente dos EUA como oportunidade para reestruturar as relações entre os países e quem se mostre cético.

Donald Trump, Presidente dos EUA, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington
No dia em que foi tomou posse, Donald Trump assinou várias ordens executivas na Sala Oval da Casa BrancaFoto: Melina Mara/REUTERS

Alguns cidadãos ouvidos pela DW entendem que este segundo mandato do Presidente dos EUA é uma oportunidade para reestruturar as relações EUA-África, outros continuam de pé atrás com as suas políticas.

"África é hoje incontornável. A posição de África é vital para a paz e a consolidação da estabilidade global", sublinha um cidadão africano.

"Durante o seu primeiro mandato, ele não mostrou qualquer interesse em trabalhar ou colaborar com os africanos", lembra outro.

"Para o segundo mandato de Donald Trump, espero que ele se concentre na construção de mais parcerias com os países africanos, dos quais o Gana faz parte."

Decretos contra a imigração

No seu primeiro dia no cargo, Donald Trump assinou cerca de cem ordens executivas que incluem a revogação de dezenas de políticas do seu antecessor, Joe Biden. As reações às medidas anunciadas têm-se multiplicado e também se dividem. Há quem apluda e há quem esteja em choque.

Entre as medidas mais criticadas, estão decretos contra a imigração, o indulto dos condenados pelo ataque ao Capitólio em 2021 e a saída do Acordo de Paris sobre o clima e da Organização Mundial da Saúde (OMS). No que diz respeito aos direitos LGBTQ+, Trump assinou uma diretiva que estabelece o reconhecimento de apenas dois géneros no país - o masculino e o feminino.

À lupa: O que é o AGOA, o programa comercial EUA-África?

02:02

This browser does not support the video element.

À DW, o analista político Etsey Sikanku frisa que a mensagem de Donald Trump é clara: "Sobre como África se deve posicionar, eu penso que está claro. Donald Trump é um livro aberto. Ele deixou claro que a sua política é a América em primeiro lugar."

Trump "menos globalista"?

As esperanças também não são muitas no que toca às medidas económicas de Trump. "Ele também disse que não tem interesse em alargar a Lei do Crescimento e das Oportunidades para África (AGOA)", lembra Etsey Sikanku.

"Disse que vai aumentar as tarifas sobre as importações em 10% e claro que África vai ser afetada por isso. Portanto, eu acho que as nações africanas devem preparar-se para um Donald Trump menos globalista", considera o analista.

Também em declarações proferidas esta terça-feira (21.01), o líder do maior partido da oposição angolana alertou para o discurso de tomada de posse de Donald Trump. Segundo Adalberto Costa Júnior, Trump "está a vender uma América de sonhos e a fechar os interesses americanos".

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) frisou ainda o facto de nenhum líder africano ter sido convidado para a tomada de posse da nova administração norte-americana.

 "Veja o discurso do Trump: nós, nós, nós, nós e nós. É por causa disso que nós angolanos devemos saber unirmo-nos e defender o interesse nacional. Não foi convidado nenhum líder africano, há representantes dos monopólios que estiveram lá na cerimónia", salientou. 

Poderá a NATO sobreviver sem os Estados Unidos?

03:18

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema