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Ainda há dependência económica na Angola independente

11 de novembro de 2022

A propósito do Dia da Independência de Angola, um grupo de académicos reuniu-se para falar sobre o estado da economia do país. Todos foram unânimes em pedir mais independência e diversificação da economia nacional.

Produção de petróleo em Angola
Foto: MARTIN BUREAU/AFP/Getty Images

Antes da independência, em 1975, Angola produzia anualmente cerca de 240 mil toneladas de café, sendo, na altura, também, o segundo maior produtor mundial de açúcar e o quarto maior produtor de algodão, lembra o economista Carlos Rosado de Carvalho.

Carlos Rosado de Carvalho é um dos economistas angolanos que pedem mais independência para a economia angolanaFoto: DW/P. Borralho

Hoje, esses números baixaram significativamente: a produção de café, por exemplo, não vai além das seis mil toneladas por ano. O economista entende que, 47 anos depois da independência nacional, é altura dos angolanos exigirem o seu direito de desfrutar das suas riquezas.

"Não podemos continuar a culpar o colono pelos nossos problemas. Ao fim de [quase] 50 anos, tínhamos a obrigação de ter um país melhor para viver, um país em que todos nós pudéssemos desfrutar das riquezas que nós temos. Em Angola, gastamos mais com tropas e polícia do que com a educação e saúde", afirma Carlos Rosado de Carvalho.

Angola está "presa ao petróleo"

O economista Enoque João diz que o Governo angolano ficou preso ao petróleo, esquecendo-se do potencial agrícola que o país sempre teve.

"A nossa Angola sempre viveu à base da agricultura. Nós já fomos um dos países de África que mais exportavam produtos agrícolas para outros países, como café, óleo de palma, mas agora só se fala do petróleo e dos diamantes."

Já Teixeira de Andrade, outro economista angolano, entende que é altura de transformar os discursos em práticas. "Através do potencial hídrico, podemos dinamizar o setor do turismo e da restauração, construindo hotéis, resorts e muito mais. Nas terras aráveis, podemos dinamizar o setor da agricultura."

Porém, tem havido pouca vontade de real diversificação da economia angolana, lamenta Teixeira de Andrade.

O economista Vladimir Cololo prefere olhar com otimismo para o futuro, recordando que há vários projetos em curso que visam a diversificação da economia angolana. No entanto, admite: "Temos boas intenções, porém, pecamos na materialização".

O encontro desta semana entre economistas e académicos para refletir sobre o estado da economia angolana nos 47 anos de independência foi organizado pelo Instituto Politécnico de Administração e Gestão do Bengo.

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05:51

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