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PolíticaAlemanha

Alemanha assume presidência do G7 em janeiro

Sabine Kinkartz
30 de dezembro de 2021

A guerra contra a Covid-19 e as alterações climáticas são os grandes desafios que a Alemanha tem pela frente na presidência do G7 em 2022. Além disso, terá de lidar com a Rússia e a China.

Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros da AlemanhaFoto: Jon Super/AP/picture alliance

A Alemanha assume em 2022 a presidência rotativa do G7, o grupo das sete economias mais industrializadas do mundo. Berlim sucede ao Reino Unido e vai receber as insígnias numa sessão agendada para o próximo mês de janeiro.

E é na política das alterações climáticas que a Alemanha se quer concentrar, avisou já a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, na última reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 sob presidência britânica, em Liverpool.

Baerbock defende que a crise climática tem implicações na área da paz e segurança, não só para os europeus, mas especialmente para os países emergentes e em desenvolvimento afetados.

"Podemos estar sob a ilusão de que o Ocidente é uma ilha, mas mesmo nesta ilha a água continuará a subir inexoravelmente se não agirmos agora. É por isso que faremos da abordagem conjunta da crise climática uma das prioridades da nossa Presidência do G7 no próximo ano", declarou.

Envolver a China

A Alemanha pretende na sua liderança do G7 envolver a China no combate às alterações climáticas e reduzir o aquecimento global, segundo garantiu Annalena Baerbock. "A China é um parceiro para nós, para o G7. Em muitas questões globais, as coisas só podem ser resolvidas em conjunto", disse.

Cimeira dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, em LiverpoolFoto: Olivier Douliery/AP Photo/picture alliance

É certo que não será tarefa fácil lidar com o regime autoritário de Pequim, mas a chefe da diplomacia da Alemanha reconhece que, apesar das diferenças, em muitos aspetos este é um dilema que é preciso enfrentar.

"A cooperação é a principal prioridade na diplomacia e na cooperação internacional, mas com base nos direitos humanos e nos tratados internacionais", disse Baerbock. Uma visão também partilhada pelo novo chanceler alemão, Olaf Scholz.

Aliança com os EUA

Durante a presidência alemã do G7, tornar-se-á claro que o novo governo alemão quer moldar a sua política externa muito mais do que anteriormente num "diálogo construtivo".

Alemanha assume presidência do G7 em janeiroFoto: Michael Sohn/AP Photo/picture alliance

Mas sabe que para o sucesso das suas intenções, a aliança com os EUA é fundamental, garante Olaf Scholz. "Estou unido com o Presidente dos EUA, Joe Biden, na convição de que as democracias liberais do mundo devem provar novamente que podem dar melhores e mais justas respostas aos desafios do século XXI", afirmou.

A relação entre o ocidente e a Rússia é de cortar à faca. A questão da Ucrânia é o nó de estrangulamento entre as partes. O G7 já avisou que irá impor sanções económicas no caso de um ataque russo à Ucrânia.

Scholz eleva o tom ameaçador: "Qualquer violação da integridade territorial terá um preço elevado e aqui falaremos a uma só voz com os nossos parceiros europeus e os nossos aliados transatlânticos."

Cimeira na Baviera

O ponto alto da presidência alemã do G7 será a cimeira dos Chefes de Estado e de Governo a ter lugar de 26 a 28 de junho do próximo ano, na Baviera.

No que diz respeito à pandemia da Covid-19, que atualmente arrasa o mundo, com a propagação vertiginosa da variante Ómicron, a Alemanha terá de fazer cumprir um acordo dos chefes de Estado e de Governo do G7 assinado em Londres, em junho passado, de distribuir 2,3 mil milhões de doses de vacinas aos países em desenvolvimento até ao final de 2022.

A Alemanha é o segundo maior doador da iniciativa COVAX, lançada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para distribuir vacinas aos países em desenvolvimento.

G7 decidirá por mais equilíbrio na distribuição de vacinas?

04:47

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