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ConflitosAlemanha

Alemanha mais crítica em relação ao Governo de Israel?

DW (Deutsche Welle)
10 de janeiro de 2024

Ministra alemã dos Negócios Estrangeiros está no Médio Oriente. Na atual crise, Alemanha está sob pressão para clarificar a sua posição sobre o conflito Israel-Palestina. "Gaza pertence aos palestinianos", afirmou.

Annalena Baerbock com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Nacional Palestiniana, Riyad Al-Maliki, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel, a 8 de janeiro de 2024.Foto: Anmar Awad/REUTERS

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, encontra-se atualmente no Médio Oriente, em sua quarta visita à região desde o início do conflito entre Israel e o Hamas. Após passar por Israel e Cisjordânia, a chefe da diplomacia alemã reuniu-se nesta terça-feira com seu homólogo egípcio, no Cairo, onde sublinhou que a paz só será alcançada com a "solução de dois Estados".

A Alemanha tem uma responsabilidade histórica para com Israel, mas tem se mostrado cada vez mais crítica ao Governo de Benjamin Netanyahu. A Alemanha tem sido um dos principais defensores de Israel. Depois dos ataques do grupo islamista Hamas, a 7 de outubro - que marcaram o início do conflito na Faixa de Gaza -, Berlim apressou-se a expressar o seu apoio a Israel."

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"O Governo alemão está ao lado de Israel", frisou Annalena Baerbock. Além da chefe da diplomacia, também o chanceler Olaf Scholz deixou claro o posicionamento da Alemanha. "A segurança de Israel é um princípio fundamental para a Alemanha", disse Olaf Scholz.

Alemanha mudou o tom?

Mas o tom mudou e a Alemanha tem sido cada vez mais crítica à medida que a situação se agrava e aumenta o receio de que o conflito se alastre na região. Durante sua passagem pela Cisjordânia, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, visitou uma aldeia palestiniana, uma das muitas afetadas pela crescente violência de colonos radicais israelitas.

"Isto não é apenas desumano, é ilegal. É ilegal à luz da lei israelita e é ilegal à luz do direito internacional". Também na mais recente visita a Jerusalém, Baerbock não poupou nas palavras e apelou a Israel por mais contenção na ofensiva na Faixa de Gaza.

"Está a tornar-se cada vez mais claro: o Exército de Israel tem de fazer mais para proteger os civis em Gaza. Tem de encontrar formas de combater o Hamas sem que tantas pessoas morram ou fiquem feridas. O sofrimento de tantas pessoas inocentes não pode continuar. Precisamos de uma operação menos intensiva."

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"Gaza pertence aos palestinianos"

A ministra sublinhou ainda que "Gaza pertence aos palestinianos" e sobre o futuro deixou um aviso.

"A nossa posição é muito clara. Não pode haver ocupação da Faixa de Gaza, nem expulsão, nem redução da dimensão do território", disse Baerbock.

Esta terça-feira, na capital egípcia, Cairo, a responsável voltou a sublinhar que a Alemanha rejeita a possibilidade dos palestinianos da Faixa Gaza e da Cisjordânia serem deslocados por Israel. Sem esquecer a ligação histórica com o país, a Alemanha tem procurado balancear entre o apoio e as críticas diante da crescente pressão pública para que tome uma posição mais clara em relação ao conflito.

Segundo as autoridades de Gaza, a ofensiva militar de Israel já causou mais de 23.000 mortos e 58.000 feridos. O conflito causou mais de 1,9 milhões de deslocados.

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