Alemanha dirige operações militares para o Mali perto de Berlim
2 de abril de 2013O Mali está aqui bem perto, na localidade de Geltow, cerca de 50 quilómetros de Berlim e perto de Potsdam. Se bem que isso só seja verdade para alguns – quem trabalha no comando operacional da Forças Armadas alemãs, por trás de dois espessos portões de aço.
Quando há emergências sentam-se frente aos monitores cerca de 40 soldados. Do seu local de trabalho, podem ver num ecrã gigante, imagens e informações dos territórios onde os soldados estão em missão.
Longe, mas perto
Num mapa do Mali vêem-se as movimentações das tropas em tempo real, que são enviadas por satélite.
O tenente-coronel Dietmar Brückner é o chefe do turno do dia. Lidera uma equipa que monitoriza todas as operações dos soldados alemães em todo o mundo.
Por estes dias, o tenente-coronel está particularmente atento ao que acontece no Mali. No país, começa a missão das Forças Armadas alemãs.
O Parlamento alemão, o Bundestag, autorizou o envio de um total de 330 soldados, entre eles 80 formadores e 90 militares do serviço de engenharia militar.
Brückner é o primeiro a saber se as aeronaves estão atrasadas ou se redistribuições dos soldados estão a ser cumpridas. Notícias importantes, Brückner lê em voz alta, para que todos estejam a par do que se passa, diz.
Correr contra o tempo
O tenente-coronel já esteve no terreno e compreende aquilo que os colegas em missão no estrangeiro vivem no dia-a-dia: "Quem está numa vala ou numa tenda húmida, por exemplo, vê as coisas de maneira diferente daqueles que estão aqui. Temos de ter isso sempre em conta."
Pôr-se na pele dos soldados: isso também é importante para o tenente-coronel Jens Konrad. É dele a responsabilidade de garantir que todos os soldados e materiais cheguem ao Mali a tempo de começar a formação dos recrutas malianos.
Konrad está em contra-relógio. O que Konrad tem de preparar em 16 semanas, costuma demorar pelo menos um ano.
Por isso, o tenente-coronel chega a trabalhar 14 horas por dia: "Quem chegasse aqui e não soubesse como as Forças Armadas funcionam dentro e fora do país, ficaria rapidamente sobrecarregado com esta tarefa."
Lidar com imprevistos
O que incomoda particularmente o coordenador (técnico) da missão no Mali, Jens Konrad, são as muitas incertezas no planeamento.
Quanto material é que os recrutas malianos já têm? Esta questão tem-no preocupado tanto que, pela via das dúvidas, já mandou empacotar material extra para levar.
Jens Konrad explica, por exemplo, qual seria o preço de uma missão mal preparada: "Se eu esperasse que chegássemos lá e que os militares malianos da unidade de engenharia militar concluíssem que não têm material, isso custear-me-ia duas semanas necessárias para a formação."
A formação dos soldados malianos começa em abril e tem lugar em Koulikoro, a 65 km da capital, Bamaco.
Mas isso não significa o fim do trabalho no comando operacional da Forças Armadas, na Alemanha.
Quatro meses depois, os soldados alemães no Mali serão substituídos. E na localidade de Geltow haverá, de novo, muito a fazer.
A participação alemã no conflito alemão
O envio de um contigente alemão para o Mali foi aprovado pelo Parlamento alemão em fevereiro passado.
Cerca de 180 instrutores devem seguir para o país africano para dar formação as tropas locais.
Outros 150 homens deverão tarabalhar em operações de manutenção e funcionamento dos três aviões de transporte "Transall" da força aérea alemã, que dão assistência às tropas de exércitos africanos.
A Bundeswehr, o exército alemão, participa nas ações militares malianas no âmbito da
missão de assistência coordenada pela União Europeia.
De lembrar que Berlim sempre rejeitou entrar nos confrontos contra os rebeldes islamistas que ocuparam o norte do Mali.