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Presidência húngara do Conselho da UE provoca "muitos danos"

12 de julho de 2024

A Alemanha queixou-se hoje que a presidência húngara do Conselho da UE provocou "muitos danos" apenas 12 dias depois do seu início, aludindo à viagem do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, a Moscovo.

Orban trifft Putin in Moskau
Foto: Valeriy Sharifulin/SNA/IMAGO

"Temos de ver como continua a presidência húngara do Conselho. Estamos no dia 12 e já causou muitos danos", comentou o porta-voz ajunto do Governo alemão, Wolfgang Buechner.

O porta-voz explicou que a iniciativa de Orbán de se deslocar a Moscovo para reunir com o Presidente Vladimir Putin foi recebida com "perplexidade e ceticismo" e, tal como fizeram outros parceiros europeus, insistiu que, embora o primeiro-ministro húngaro possa viajar para onde quiser, não pode falar em nome da União Europeia (UE).

 "O que não é aceitável é que viaje dando a impressão de que o faz em nome de alguém", referiu Buechner.

 A reunião de Orbán com o Presidente russo, na semana passada, não agradou aos seus aliados europeus, que sublinharam que aquela reunião nada teve a ver com a presidência rotativa do Conselho da UE que a Hungria ocupa durante os próximos seis meses.

A Suécia confirmou que os seus ministros, em protesto, não viajariam para a Hungria para participar nas reuniões ministeriais informais do Conselho, este mês.

Além da Suécia, também a Finlândia, a Estónia, a Letónia e a Polónia estão a ponderar aderir a este boicote, segundo a ministra sueca dos Assuntos da União Europeia, Jessika Roswall.

Viktor Orbán e Donald Donald no encontro da FlóridaFoto: Viktor Orban via X via REUTERS

Orbán e Trump: "Discutimos formas de fazer a paz"

Por seu lado, Orbán - que recentemente visitou Kiev pela primeira vez desde o início da invasão russa - explicou que o objetivo dessa reunião foi conhecer em primeira mão as opiniões de Putin sobre o futuro da guerra na Ucrânia, enquadrando a deslocação a Moscovo numa "missão de paz".

Desde 1 de julho, a Hungria exerce a presidência rotativa do Conselho da UE, um papel que coordena o trabalho legislativo mas não lhe permite falar em nome dos europeus na cena internacional.

Na quinta-feira (11.07), Órban encontrou-se com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Florida. 

 "Discutimos formas de fazer a paz", disse Viktor Orbán numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).

"A boa notícia do dia: ele vai resolver o problema", acrescentou, sem dar mais pormenores sobre o encontro, que decorreu depois de o governante húngaro ter participado na cimeira da NATO, em Washington.

 Antes, Orbán deslocou-se também a Kiev e Pequim, onde alegou querer encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia.

Donald Trump e Viktor Orbán estão ligados por uma admiração mútua e já se encontraram em várias ocasiões. O slogan para os seis meses da Presidência húngara da UE é "Make Europe Great Again", uma inspiração direta do "Make America Great Again" de Trump.

À lupa: O que faz o Parlamento Europeu?

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