O DJ Nigga Fox é um dos rostos da editora independente Príncipe, baseada em Lisboa. Os seus artistas fazem música electrónica com ritmos africanos e têm mostrado o seu estilo um pouco por todo o mundo.
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A Príncipe é uma editora de Lisboa que mistura os ritmos africanos com a música electrónica. Esteve recentemente num evento na cidade alemã de Colónia com um dos seus artistas, o DJ Nigga Fox, para mostrar os novos ritmos e géneros que se fazem sentir na capital portuguesa.
Desde criança que Rogério Brandão, ou DJ Nigga Fox, ouve música regularmente. Os primos enviavam-lhe cassetes de Angola, de onde é original, com músicas de kuduro e kizomba. Hoje em dia produz música com essas influências, que mistura com os ritmos dos seus gostos mais adultos da electrónica e do techno.
"Sempre ouvia músicas africanas do Congo, kizomba ou kuduro. Na verdade eu sempre ouvi músicas africanas em casa e isso influenciou um bocado o meu gosto musical".
Reconhecimento no estrangeiro
A Príncipe nasceu em 2012 e foi recrutar os seus artistas aos principais bairros dos subúrbios de Lisboa. Muitos deles já tocam um pouco por todo o mundo e aparecem em publicações internacionais como a Pitchfork ou The Guardian. Nídia, uma das artistas, apareceu na capa do jornal New York Times.
Alemanha: Novos ritmos africanos em Colónia
"A Príncipe tem um papel muito importante que é dar oportunidade aos jovens dos bairros que não têm oportunidades em mais lado nenhum e dá essa oportunidade de mostrar a oportunidade ao mundo. A Príncipe pega em jovens que têm talento e tenta mostrar ao mundo", conta Rogério.
Desde que começou a trabalhar na área da música muitas coisas têm mudado na vida de Rogério Brandão. Já viajou um pouco por todo o mundo, lançou dois discos e um EP. Sente literalmente que novas portas se estão a abrir.
"Antigamente, quando não fazia música, eu ia para uma discoteca e não me deixavam entrar. Levava a barra. Não sei porquê. Desde que comecei a fazer aquilo que eu gosto que é a música, já vou a qualquer sítio, na mesma discoteca que eu não entrava já entro e se for preciso não pago entrada. Eu acho que as pessoas estão a reconhecer o nosso trabalho".
Novos ritmos africanos em Colónia
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Editora independente
Márcio Matos é um dos fundadores desta editora independente. Ele é original da ilha do Pico, nos Açores, e tem uma loja de discos em Lisboa, a Flur. Além do mentor deste projeto, Márcio faz as capas dos álbuns, cujas pinturas foram expostas naquele evento em Colónia. Ele tem formação em pintura, mas sempre esteve ligado à música.
Apesar de o público português ainda não conhecer muito bem o trabalho dos vários artistas que pertencem à Principe, como o DJ Marfox, o DJ Firmeza, o Puto Tito, entre outros, Rogério Brandão acredita que as coisas estão a mudar e há espaço para crescer.
"Agora sim, antigamente a nossa música não passava na rádio, hoje em dia já passa na rádio. É sinal que o pessoal está a começar a aderir. Eu acho que isto vai dar um boom gigante".
"Everyday Africa": Fotografia de rua além dos estereótipos
"Everyday Africa" é um coletivo de fotógrafos que retratam o quotidiano em África além dos clichês. Global Media Forum, evento anual sobre os média da DW, destaca esse trabalho artístico, também presente no Instagram.
Foto: Brian Otieno/storitellah.com
Ballet em qualquer lugar
Esta foto de Brian Otieno, "Dançando nas ruas", é parte da série "Histórias de Kibera". Revela um lado diferente, poético e belo da vida quotidiana em Kibera, a maior favela de Nairóbi, localizada no sudoeste da capital do Quénia. A vida lá é particularmente difícil para as meninas, frequentemente vítimas de ataques. Esta foto de Otieno retrata uma bailarina de 16 anos chamada Elsie.
Foto: Brian Otieno/storitellah.com
As noivas das motocicletas
Um grupo de recém-casados desce uma estrada de terra batida. A fotógrafa Ley Uwera descobriu esta procissão de motocicletas na cidade de Beni, na República Democrática do Congo. A fotografia "Motocicleta de casamento" também pode ser vista no Instagram. Uwera já publicou os seus trabalhos em revistas internacionais.
Foto: Ley Uwera
Competição de xadrez
Mustafa Saeed vive e trabalha em Hargeisa, capital da Somalilândia. A sua foto mostra Mahad (à esquerda) e Mohamed (à direita) competindo durante a final do campeonato da Federação de Xadrez da Somalilândia. Mahad acabou por ganhar.
Foto: Mustafa Said
Debaixo de água
Sam Vox documenta a vida quotidiana na Tanzânia. Ele diz que pretende compartilhar "histórias sobre pessoas, lugares e suas várias culturas e tradições". Vox trabalhou com organizações como a Water Aid and Everyday Education. "Somos feitos de água salgada, tão pura e calma como o mar da tarde", escreveu sobre as suas misteriosas imagens feitas na água.
Foto: Sam Vox
Estrelas de cinema em ascensão
Edward Echwalu descobriu potenciais estrelas de cinema numa favela de Kampala, Uganda. Ele tem orgulho de fazer parte do "Everyday Africa". "Nunca, na história de África, houve um período em que as fotos mais fotografadas não sejam de guerras, pobreza, doenças; mas sobre o quotidiano das pessoas comuns. Mais importante do que isso, são histórias contadas por africanos", escreveu no Instagram.
Foto: Edward Echwalu
Penteados com estilo
O fotógrafo nigeriano Yagazie Emez possui uma comunidade com mais de 140.000 seguidores no Instagram. As suas fotos muitas vezes contam histórias de mulheres africanas e também sobre os seus penteados. Emezi viaja pela Tanzânia, Zâmbia, Gana, Gabão, Libéria e Uganda para fotografar.
Foto: Yagazie Emez
Antes do julgamento
Tom Saater é um documentarista e cineasta da Nigéria. O seu trabalho foi exibido em vários países do mundo, inclusive na famosa Bienal de Veneza. Esta foto mostra uma candidata a advogada a caminho do seu exame em Abuja, Nigéria. Como todos os fotógrafos do "Everyday Africa", Saater quer mostrar a vida quotidiana em África numa perspetiva raramente encontrada nos média ocidentais.
Foto: Tom Saater
Prontos para a festa!
Estes jovens não costumam perder tempo em filas de bancos ou postos de gasolina, ao contrário de muitas pessoas no Zimbabué. Eles querem mesmo é desfrutar das suas vidas nas festas. O grupo chama-se "Cultura Material" e junta jovens de vários municípios de Bulawayo, a segunda maior cidade do país. É também aí que o fotógrafo Zinyange Auntony trabalha e reside.
Foto: Zinyange Auntony
Crise ecológica
Maheder Haileselassie tirou esta foto de um homem a abrir caminhos através de jacintos-de-água. Essas flores multiplicam-se rapidamente, interrompendo a biodiversidade da água - como no lago Tana, na Etiópia. Documentar as mudanças ambientais no seu país de origem é o esforço do fotógrafo que vive em Addis Abeba, a capital etíope.
Foto: Maheder Haileselassie
Encontros na estrada
Nana Kofi Acquah viaja pelo continente para fotograr. A sua foto "Aperto de mãos" foi tirada em Tanghin-Dassouri, Burkina Faso. Aqui, caminhadas curtas podem durar muito tempo, já que no caminho quase todos param para se cumprimentarem. E não dizem apenas "olá" "bom dia", mas perguntam: "como está a sua esposa, filhos, negócios ou saúde?". E ouvem cada resposta atentamente, observou o fotógrafo.