Alemanha registou mais de 28 mil novos casos por Covid-19 nas últimas 24 horas, e mais de 490 mortes. Com cerca de 163 casos por 100 mil habitantes, país aproxima-se de um "lockdown" total.
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A Alemanha registou 28.438 novos casos e 496 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, números que se aproximam dos recordes de sexta-feira (11.12), de acordo com informações divulgadas pelo Instituto Robert Koch (RKI). Em comparação, entre quinta e sexta-feira, foram registrados 29.875 casos e 598 óbitos.
Nos últimos sete dias, foram confirmados 135.944 casos na Alemanha - o país mais populoso da União Europeia, com 83,2 milhões de habitantes -, elevando a incidência acumulada nesse período para o país como um todo, durante este período, para cerca de 163 casos por 100 mil habitantes.
No total, a Alemanha registrou 1.300.516 infecções pelo novo coronavírus (1,5% da população), das quais 21.466 morreram. O RKI estima que o número de recuperados esteja em 957,5 mil pessoas, enquanto cerca de 320 mil estão atualmente infectados com a Covid-19.
Restrições mais duras?
Com o agravamento da situação sanitária, especula-se que a chanceler Angela Merkel e os chefes dos 16 executivos regionais se reunirão no domingo para decretar novas restrições.A reunião, porém, ainda não foi confirmada oficialmente.
Na última quarta, Merkel defendeu restrições mais rigorosas à vida pública e atividade econômica, inclusive no Natal, diante do elevado número de mortes. Mas os poderes nesta área são dos estados federados, que até agora estão relutantes ou não foram capazes de chegar a um acordo sobre uma posição unificada.
De acordo com o jornal alemão "Bild" deste sábado, o Ministério das Relações Exteriores alemão está empenhado em fechar lojas,escolas e creches a partir da próxima quarta-feira (16.12).
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.