Alemanha vence a Suécia e segue no Mundial da Rússia
EFE | Reuters | AFP | tms
23 de junho de 2018
Dois para a Alemanha, um para a Suécia. Um golo de Toni Kroos nos minutos finais de compensação salvou a atual campeã do mundo, que permanece na corrida para alcançar o pentacampeonato.
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A Alemanha flertou neste sábado com a "maldição do campeão" e a eliminação precoce no Mundial, mas, em jogo marcado pela redenção de Toni Kroos, venceu a Suécia por 2 a 1, mesmo com um homem a menos em campo e manteve aberto o grupo F do Mundial da Rússia.
O placar da partida, disputada no Estádio Olímpico Fisht, em Sochi, foi aberto pelo atacante sueco Ola Toivonen, aos 32 minutos do primeiro tempo. Manuel Neuer salvou os alemães de uma desvantagem de 2-0 no primeiro tempo, mergulhando de forma acrobática para desviar o cabeceamento de Berg do livre direto de Sebastian Larsson.
Encurralados pela derrota na estreia, diante dos mexicanos, os alemães foram para a etapa final em ritmo acelerado e marcaram logo aos 48 minutos, com Marco Reus. Depois, criaram inúmeras oportunidades, mas esbarraram no guarda-redes sueco, Robin Olsen, e na própria falta de pontaria.
A partir dos 37 do segundo tempo, os vencedores da edição do Mundial disputada há quatro anos, no Brasil, ainda ficaram com um homem menos, devido à expulsão de Jérome Boateng, que recebeu um segundo cartão amarelo após falta dura no atacante Marcus Berg. Incansável, a equipe alemã conseguiu a virada aos 50 da etapa final, com Kroos, em falta cobrada em dois toques.
Com a vitória, os tetracampeões chegaram aos três pontos, igualando os suecos, em empate que também se estende ao saldo de golos e aos golos marcados pelas duas seleções, os dois primeiros critérios de desempate da competição.
A Alemanha enfrentará na próxima quarta-feira a Coreia do Sul, que está zerada na chave, em Ecaterimburgo. Os nórdicos, por sua vez, terão que duelar com o México, que está na liderança isolada, com seis pontos.
A "maldição" dos campeões
Ao derrotar a Suécia e permanecer na competição, a Alemanha livrou-se da "maldição” de ser o terceiro campeão consecutivo a ser eliminado na primeira fase de um Mundial.
A Itália, que obteve o tetra em 2006, caiu ainda na fase de grupos em uma chave com Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia em 2010. A Espanha, que ficou com o título de maneira inédita há oito anos, deu adeus precocemente ao ficar atrás de Holanda e Chile no Brasil.
Na busca pela recuperação, a "Mannschaft" reencontrou este sábado uma velha conhecida. Em 2006, pouco depois do terceiro lugar dos alemães no Mundial em casa, a Suécia foi o ponto de partida da trajetória do técnico Joachim Löw na seleção.
"Jogi", como o selecionador é conhecido popularmente, chegou à tetracampeã em 2004 como auxiliar de Jürgen Klinsmann e já passou a implementar o chamado "Kurtzspielspass", ou "jogo de passe curto", transformando o futebol da Alemanha de lateral, robótico e defensivo para dinâmico, veloz, ofensivo e versátil.
Na estreia de Löw como técnico, em 16 de agosto de 2006, em Gelsenkirchen, a "Mannschaft” bateu a Suécia por 3 a 0, com dois golos de Miroslav Klose e um de Bernd Schneider.
Seis coisas que a "Mannschaft" tem de melhorar no Mundial
Há 36 anos que a seleção alemã não perdia o primeiro jogo num Mundial de futebol. Depois do 0:1 contra o México, a Alemanha tem de pontuar no próximo jogo contra a Suécia para manter as hipóteses de defender o título.
Foto: picture-alliance/Foto Rauchensteiner
1. Melhor defesa no meio-campo
Uma das principais causas da derrota contra o México foi o meio-campo alemão: ambos os trincos, Toni Kroos e Sami Khedira (na foto com o selecionador Joachim Löw), interpretaram o seu papel muito ofensivamente. Quando tiveram de voltar para ajudar na defesa, nem sempre o fizeram com a velocidade máxima. Por exemplo, Kroos chegou tarde para impedir Hirving Lozano de marcar o golo pelo México.
Foto: Getty Images/M. Hangst
2. Menos perdas da bola
Com uma taxa de sucesso de 87% nos passes, as perdas da bola não parecem ser um problema para a Alemanha. Mas dentro dos 13% de passes para o adversário, houve vários momentos-chave da derrota da "Mannschaft". Simbólico foi a bola que Sami Khedira passou ao adversário na própria grande área ao minuto 29. Algo que não costuma acontecer na seleção campeã Mundial de 2014.
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
3. Melhor pontaria
No último Mundial no Brasil, Thomas Müller (à dir.) marcou três golos no primeiro jogo da Alemanha (contra Portugal). Desta vez, esteve quase invisível. Os seus colegas também não convenceram. Toni Kroos bateu na trave (39') e Julian Brandt o poste (89'), mas ninguém conseguiu marcar um golo. Timo Werner e Mario Gómez, que tiveram uma boa época na Bundesliga, também não brilharam.
Foto: picture-alliance/Foto Rauchensteiner
4. Mais criatividade
Somente depois da entrada de Marco Reus ao minuto 60 (substituiu Sami Khedira), o jogo alemão ganhou dinamismo no ataque. Porém, não foi suficiente para evitar a derrota. Houve muitos passes de segurança em vez de ataques criativos e mudanças de velocidade que já caraterizaram a "Mannschaft" nos seus tempos áureos. E parece que os adversários também "descodificaram" os segredos da seleção alemã.
Foto: picture-alliance/dpa/F.Gambarini
5. Melhor integração dos "novatos" no jogo
Futebol joga-se com onze jogadores. Mas observadores criticam que Marvin Plattenhardt, o defesa lateral de esquerda, quase não participou no jogo alemão. Os outros jogadores optaram por não passar a bola a Plattenhardt. O jogador do Hertha de Berlim (na foto o terceiro da esq. da segunda fila) normalmente não faz parte do onze inicial, mas entrou devido a infeção gripal de Jonas Hector (Colónia).
Foto: picture-alliance/dpa/F. Gambarini
6. Maior vontade de ganhar
"Jogámos como contra a Arábia Saudita, mas desta vez contra um adversário melhor'", criticou o defesa central Mats Hummels. Referia-se ao amigável que a seleção alemã ganhou por 2:1 contra a Arábia Saudita. Ali, pouco antes do Mundial, já era visível o desleixo da "Mannschaft". Os jogadores alemães não parecem querer investir tudo para ganhar. Ao contrário, na equipa do México não faltou energia.
Foto: Reuters/A. Schmidt
Suécia chega com vitória no jogo inaugural
No sábado (23.06), a Alemanha enfrentará a seleção da Suécia. Depois da sua vitória por 1:0 contra a Coreia do Sul, os suecos não têm a pressão de ter que pontuar para manter as hipóteses de participar nos oitavos-de-final. Ao contrário, a Alemanha precisa desesperadamente de pontos para manter as chances de defender o seu título conquistado no Rio de Janeiro em 2014.