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Navalny: Multidão desafia autoridades e assiste a funeral

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cm | gcs | com agências
1 de março de 2024

Milhares de pessoas ignoraram os avisos das autoridades e concentraram-se junto à igreja de Moscovo para assistir ao funeral do opositor Alexei Navalny. O ativista será sepultado no cemitério de Borissovo, na capital russa.

Sob forte presença policial, milhares de pessoas despediram-se esta sexta-feira (01.03), em Moscovo, de Alexei Navalny, desafiando os avisos de que não seriam permitidas manifestações ilegais.

O funeral acontece após uma batalha com as autoridades russas para a entrega do corpo de Navalny à família.

À chegada do carro funerário à igreja, a multidão aplaudiu enquanto entoava: "Navalny! Navalny!" ou "Não tiveste medo, nós também não!"

Imagens do interior da igreja mostram o caixão aberto com o corpo de Navalny coberto de flores vermelhas e brancas.

Uma longa fila de vários milhares de pessoas formou-se em frente à igreja.

"É doloroso, não deviam morrer pessoas como ele, pessoas honestas, com princípios, prontas a sacrificarem-se", declarou Anna Stepanova.

"Já não temos políticos como ele"

"Já não temos políticos como ele e ninguém sabe quando voltaremos a ter", disse à AFP uma bibliotecária de 55 anos de idade, que admitiu sentir "medo e tristeza" e pediu para não ser identificada.

Navalny "mostrou o caminho para a liberdade", disse Maxime, um especialista em tecnologia de informação de 43 anos, que também pediu para que o apelido não fosse divulgado.

Também os embaixadores da França e da Alemanha deslocaram-se ao local, juntamente com três figuras da oposição ainda em liberdade: Evguéni Roïzman, Boris Nadejdine e Ekaterina Dountsova.

O velório durou pouco mais de meia hora e os milhares de apoiantes do líder da oposição reunidos à volta da igreja não puderam entrar para prestar homenagem.

Alexei Navalny será sepultado no cemitério de Borissovo, em Moscovo.

O opositor russo, um dos maiores críticos do Presidente russo Vladimir Putin, morreu a 16 de fevereiro numa colónia prisional no Ártico. Os apoiantes de Navalny e vários líderes ocidentais responsabilizaram Putin pela morte, mas o Kremlin rejeita as acusações.

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