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PolíticaPortugal

Aliança Democrática vence eleições legislativas em Portugal

af | Lusa
11 de março de 2024

A Aliança Democrática (AD) venceu com margem mínima as eleições legislativas portuguesas deste domingo, com 29,49% dos votos e 79 deputados. O Partido Socialista obteve 28,66% dos votos e o Chega elegeu 48 deputados.

Apoiantes da coligação de centro-direita Aliança Democrática reagem após o anúncio dos primeiros resultados na sede do partido, em Lisboa
Apoiantes da Aliança Democrática reagem após o anúncio dos primeiros resultados na sede do partido, em LisboaFoto: Armando Franca/AP Photo/picture alliance

Os portugueses foram neste domingo (10.03) às urnas para escolher os membros do parlamento do qual sairá o novo governo. Os resultados oficiais do total de todas as freguesias em Portugal atiram o Partido Socialista (PS) para a oposição. E a direita congregada na Aliança Democrática (AD) ganha uma maioria mínima no parlamento.

Luís Montenegro, líder da coligação, já pensa na formação do seu governo. "Estamos prontos para iniciar a governação. Estamos prontos para respeitar a palavra do povo português", declarou.

O PS teve maioria em 2022, com 120 deputados. Nas eleições deste domingo, o partido conseguiu eleger apenas 77 deputados. Pedro Nuno Santos, o secretário-geral e candidato a primeiro-ministro, já reconheceu a derrota. 

Diz que o seu partido liderará a oposição, mas recusa-se a viabilizará o governo da AD. "A direita ou AD que não conte com o PS para governar. Não somos nós que vamos suportar um Governo da AD. Que fique claro e não haver divisão no PS", frisou.

Luís Montenegro rebateu as palavras de Pedro Nuno Santos: "O que se pede ao PS não é que adira às propostas do nosso governo. O que se pede ao PS é que respeite a vontade do povo português."

Apoiantes do Partido Socialista (PS) durante o anúncio dos primeiros resultados eleitorais na sede do partido, em LisboaFoto: Joao Henriques/AP Photo/picture alliance

Chega disponível para integrar Governo

O Chega é considerado o grande vencedor destas eleições. O partido de extrema-direita portuguesa passou de 7,8% para 18, passando dos 12 deputados eleitos em 2022 para 46 deputados.

Para André Ventura, líder do partido, acabou o bipolaríssimo político em Portugal. E declara-se disponível a integrar o Governo com a AD.

"E a vontade dos portugueses foi clara. A AD pediu uma maioria absoluta e ficou longe disso. O PS também. O Chega pediu para se tornar uma peça central no sistema político e alcançou esse resultado. Portugueses e portuguesas o nosso mandato é governar Portugal nos próximos quatro anos", declarou Ventura.

Mas Luís Montenegro volta a dizer não a qualquer acordo com o Chega, em nome do cumprimento da promessa feita durante a campanha eleitoral.

Luís Montenegro: "Estamos prontos para iniciar a governação"Foto: Miguel Riopa/AFP/Getty Images

Os desafios da AD

Sem o Chega a vida será complicada para a AD, porque a direita sozinha não tem maioria parlamentar, que viabilize aprovação do programa do Governo.

A Esquerda liderada pelo PS conta com o apoio da CDU, com 4 deputados, do Bloco de Esquerda (5), Livre (4) e PAN (1).

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), avisa que o seu partido será parte de uma "solução que afaste a direita do Governo".

"Se for impossível essa solução para afastar a direita do Governo, ficou uma garantia que o povo de esquerda saiba terá no BE a oposição mais combativa à direita", sublinhou.

O líder da AD está ciente das dificuldades que o aguardam pela frente. Mas apela à responsabilidade dos seus adversários políticos. "A minha expetativa é que estejamos todos à altura de servir o interesse do país e dos portugueses", concluiu Montenegro.

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