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Assembleia Municipal de Nampula tem novo presidente

Sitoi Lutxeque (Nampula)
13 de novembro de 2017

Eleição de Américo da Costa Iemenle, ex-chefe da bancada do MDM na Assembleia Municipal, resulta da renúncia do edil interino, Manuel Tocova, detido por posse ilegal de arma de fogo e atualmente em liberdade provisória.

Mosambik Gemeindeversammlung Nampula
Américo Iemenle (esq.) e Filomena Mutoropa Foto: DW/S. Lutxeque

Américo da Costa Iemenle, de 36 anos, foi eleito como o novo presidente Assembleia Municipal da Cidade de Nampula, no norte de Moçambique. Iemenle vai presidir também interinamente o Conselho Municipal até às eleições intercalares marcadas para 24 de janeiro.

O órgão deliberativo reuniu-se nesta segunda-feira (13.11) em sessão extraordinária para eleger Américo da Costa Iemenle, que antes foi chefe da bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Esta eleição resulta da renúncia do edil interino, Manuel Tocova, detido na última quinta-feira (09.11) por posse ilegal de arma de fogo. Porém, Tocova foi restituído a liberdade provisória nesta segunda-feira (13.11) segundo o seu advogado, citado pela imprensa local. O processo contra o ex-presidente vai continuar a correr. De acordo com a  Policia o presidente deposto cumpriria uma pena efetiva que varia entre oito a 12 anos de prisão.  Américo Iemenle concorreu para essas novas funções juntamente com Filomena Mutoropa, do Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO), tendo esta obtido apenas um voto contra 24 do seu adversário. 

Américo Iemenle é o novo presidente da Assembleia Municipal de Nampula

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Abstenção polémica

Dos 45 membros da Assembleia, o MDM possui 24 lugares, a FRELIMO 20 e o PAHUMO apenas uma posição.

O chefe da bancada da FRELIMO, Pedro Kulyumba, explicou as causas que levaram o seu partido a não concorrer e muito menos eleger o novo presidente.

"Sabendo nitidamente que está-se num caminho lodoso e lamacento, não gostaríamos de banharmo-nos desse lodo e dessa lama. Nesses termos, respeitando e considerando a boa reputação do nosso partido no seio dos munícipes, respeitando também o grande valor que é a vida humana, abstemo-nos da nossa participação na votação para a nova mesa da Assembleia Municipal”, disse Pedro Kulyumba.

Funções serão equilibradas?

Assembleia Municipal, em NampulaFoto: DW/S. Lutxeque

Por seu turno, Luís Aristides, representante da tutela administrativa, órgão que representa o governo central no Município de Nampula, deixou recomendações ao novo presidente da Assembleia Municipal e interino do Conselho Municipal, dizendo que ele terá que seguir escrupulosamente o que está plasmado na lei e no regimento, como cumprir com os calendários das sessões do Conselho Municipal e os da Assembleia Municipal, tendo em vista que até dia 24 de janeiro de 2018 as funções dele terminam.

"Então, o que eu queria dizer ao novo presidente eleito é que ponha a máquina a funcionar devidamente e qualquer questão que aparecer como dúvida consulte a tutela administrativa local assim como os Ministérios de Administração Estatal e Função Pública além do Ministério da Ecomonia e Finanças”, pontuou Aristides.

Entretanto, o novo presidente eleito, Américo Iemenle, garantiu tudo fazer para o bom funcionamento das duas instituições, mas acredita que "só poderá obter maiores sucessos desde que todos colaborem”.

Arma e munições apreendidas na posse de Manuel TocovaFoto: DW/S. Lutxeque

"Quero garantir a todos os membros aqui presentes que representarei o órgão com todo o meu zelo. Estou aberto para trabalhar com qualquer um e ainda mais as pessoas de boa fé que tenham interesse em ver esse Município a se desenvolver”, prometeu. 

Detalhe das eleições de 24 de janeiro

A campanha para a eleição intercalar de Nampula, vai decorrer de 9 a 21 de janeiro. O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Abdul Carimo, indicou que a apresentação das candidaturas vai ser entre 2 e 16 de dezembro e a divulgação das assembleias de voto será feita 25 dias antes da data da eleição (24 de janeiro 2018).  

 Na sexta-feira (10.11), a CNE estimou em 37,8 milhões de meticais (530 mil euros) o custo da eleição intercalar no município. 
 Recorde-se que o Governo moçambicano convocou a votação em Nampula na sequência do assassinato do presidente do município, Mahamudo Amurante, a 4 de outubro. 

Mahamudo Amurane era membro do MDM, partido que controla a Assembleia Municipal de Nampula, mas já tinha anunciado que se iria desvincular desta formação, devido a divergências com a direção.

 

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