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Angola: Adalberto Costa Júnior lidera Frente Patriótica

5 de outubro de 2021

O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, é a figura escolhida para liderar a Frente Patriótica Unida (FPU). Plataforma une três partidos e pretende derrubar o MPLA do poder nas próximas eleições gerais de 2022.

Angola | Adalberto Costa Junior Vorsitzender UNITA-Partei
Foto: Joao Da Fatima/AFP/Getty Images

Os líderes do projeto PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, e do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, são os coordenadores adjuntos da Frente Patriótica Unida (FPU), tal como se cogitava há cinco meses. O anúncio foi oficializado no ato da proclamação da FPU, esta terça-feira (05.10), em Luanda. 

A UNITA, o PRA-JA Servir Angola e o Bloco Democrático decidiram colocar o presidente do "Galo Negro" na liderança da plataforma que une os três partidos. O objetivo é derrotar o MPLA nas próximas eleições gerais em 2022. Dirigindo-se ao público no ato da proclamação da FPU, Adalberto Costa Júnior afirmou que a estrutura visa concretizar uma estratégia de congregação em direção à alternância política pela via constitucional. 

"A alternância que propomos à nação visa libertar o país do estagnante controlo partidário, do medo, do excessivo poder da oligarquia que asfixiam o desenvolvimento e fomentam a corrupção, que sugam a riqueza de todos e a todos empobrece. Mas também, da pequena corrupção que desorganiza o Estado na base", discursou o coordenador da FPU. 

Inauguração da Frente Patriótica Unida, esta terça-feira (05.10) em LuandaFoto: Borralho Ndomba/DW

Travar bloqueios do Tribunal Constitucional

Adalberto Costa Júnior diz que as organizações que compõem a FPU estão comprometidas com a libertação da sociedade e a construção de uma "Angola democrática".

O líder da UNITA explica que o modelo adotado para esta plataforma visa quebrar os "bloqueios" impostos à legalização de novas forças políticas pelo Tribunal Constitucional. 

Os elementos da FPU vão concorrer às eleições numa lista única e com um programa comum de governação que será inclusiva. É deste modo que também vão concorrer às autárquicas, ainda sem data marcada, diz Adalberto Costa Júnior. 

"Temos o respeito escrupuloso da identidade dos partícipes. Mas como não é um movimento fechado, não se resume apenas a nós, pensamos que o futuro também vai reservar algumas questões. Vejam que nem sequer tínhamos lançado a FPU, ela já estava a ser alvo de todo o tipo de abatimento no âmbito público", frisou.

"Portanto, vamos ficar por aqui, está definida a nossa vontade, a nossa intenção, o conteúdo dos protocolos que assinámos... Está tudo detalhado e julgado e vamos caminhar juntos", acrescentou.

O cidadão angolano em primeiro lugar

Abel Chivukuvuku afirma que a sua organização está empenhada em trabalhar numa governação para realizar o sonho dos angolanos. 

"Proclamo, solenemente, a nossa prontidão e disponibilidade, por Angola e pelos angolanos, para trabalharmos para realizarmos alternância política em 2022. Por Angola e pelos angolanos, trabalharemos juntos por uma governação patriótica com o cidadão angolano em primeiro lugar", referiu.

Abel Chivukuvuku, líder do projeto PRA-JA Servir AngolaFoto: Quintiliano dos Santos

Filomeno Vieira Lopes, presidente do Bloco Democrático, garantiu que com a FPU no poder, a fome e o desemprego serão eliminados.

"Isto só se consegue com um verdadeiro consenso nacional. Só com uma combinação entre todos os atores sociais, é possível encontrar um consenso para combater a fome e pobreza e erguermos o emprego neste país. Tem de existir este consenso", asseverou.

O coordenador da Plataforma Cazenga em Ação (PLACA), Kambolo Tiaka Tiaka, presente no evento, espera a "realização de Angola" com a eleição da FPU nas eleições de 2022.

"Ouvindo o discurso de Filomeno Vieira Lopes, olhando para o discurso de Abel Chivukuvuku e do próprio Adalberto Costa Júnior, são discursos de congregação, discursos de esperança, são discursos que Angola precisa para devolver aos angolanos a esperança de viver e sobreviver", comentou.

Horas depois de a FPU ter anunciado Adalberto Costa Júnior como o seu coordenador, o Tribunal Constitucional anulou o congresso que elegeu o líder da UNITA em 2019. Respondendo a uma questão da DW África sobre a eventualidade de ser destituído, Adalberto Costa Júnior disse que tem garantias da sua continuidade na liderança da UNITA e da FPU. 

"Os tribunais constitucionais são instituições que devem congregar estabilidade social e política. O nosso Tribunal Constitucional tem sido um instrumento partidário. Estamos preparados para as interferências e temos garantias de continuidade", afirmou o político.

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