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Associações de taxistas pedem "calma" e menos "excessos"

Lusa
15 de junho de 2023

Associações de taxistas e mototaxistas expressaram hoje "bastante preocupação" com as manifestações que têm ocorrido em Angola e pediram "calma" aos associados e menos "excessos" à polícia.

Taxistas estão a protestar contra o aumento no preço dos combustíveis
Taxistas em Angola estão a protestar contra o aumento no preço dos combustíveisFoto: Borralho Ndomba/DW

Num comunicado, a Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), a Associação de Taxistas de Angola (ATA), a Associação dos Taxistas de Luanda (ATL) e a Associação dos Motoqueiro e Transportadores de Angola (AMOTRANG) referem que a retirada dos subsídios aos combustíveis "tem dividido várias opiniões" e que os líderes das associações não concordam com a decisão do Governo.

As associações "acompanham com bastante preocupação as manifestações de taxistas e mototaxistas que vão ocorrendo no país em consequência da subida drástica do preço da gasolina" e prometem uma tomada de posição a partir de 1 de julho, data que o Governo fixou para poderem fazer reclamações.

Enquanto isso, recomendam "calma e paciência" aos taxistas e que aguardem sempre a "orientação das associações antes de qualquer ação".

O processo de atribuição de cartões para a subvenção da gasolina aos operadores desta classe dos transportes decorre há 14 dias, tempo que as associações consideram não ser suficiente para a tomada de posição sobre paralisação ou greve geral dos serviços de táxi, apesar de terem ocorrido protestos nas províncias de maior consumo de gasolina, nomeadamente Namibe, Huíla e Huambo.

Aos taxistas, as associações pedem que apresentem cópia das licenças e peçam apoio às associações para consulta rápida dos cartões, apelando aos não licenciados para que regularizem a sua situação.

À Polícia Nacionalpedem que nesta fase da emissão dos cartões reduzam "a pressão sobre os taxistas" e evitem "operações e excessos dos agentes".

No Huambo, segundo a polícia, cinco pessoas morreram durante o protesto dos taxistasFoto: J. Adalberto/DW

Mais transparência

Para o Governo, a recomendação vai no sentido de "repensarse a atual forma de pagamento não pode ser substituída por cartões digitais, para acelerar o processo de atribuição de cartões da gasolina", pedindo também transparência às administrações municipais e a presença das associações de taxistas e mototaxistas "no ato de contagem e entrega dos cartões".

As associações sublinham que na reunião com os ministérios dos Petróleos e Gás, Finanças e Transportes exigiram ao Governo que se mantivessem os preços do gasóleo, a 130 kwanzas (0,17 euros), e 160 kwanzas (0,21 euros) a gasolina "para os veículos que exercem transportes públicos, com vista a reduzir o impacto inflacionário nas populações e evitar manifestação/greves generalizada dos taxistas de Angola".

"Depois da entrada em vigor da medida do Conselho de Ministros sobre a retirada de uma parte da subvenção à gasolina e devolvida aos taxistas e mototaxistas por via do cartão, a ANATA, ATA e ATL lamentaram o facto de o Governo não ter produzido primeiro todos os cartões dos taxistas já licenciados antes da tomada da medida", lê-se no comunicado.

Os subscritores sublinham que "têm estado a seguir milimetricamente e a exigir que o Governo seja mais transparente e comunicativo, desde os ministérios de Transportes, Petróleos e Gás, Finanças e tesouro, bem como os gabinetes provinciais de Tráfego e Mobilidade Urbana em dizer ao público quantos cartões estão a ser produzidos por dia e como são distribuídos por províncias, municípios".

O embate

Em 1 de junho, o Governo angolano implementou um novo preço para a gasolina, no quadro da retirada gradual do subsídio aos combustíveis, isentando taxistas, mototaxistas, embarcações de pesca artesanal licenciadas e o setor da agricultura.

O Governo vai continuar a subsidiar a gasolina para estas classes profissionais, através de um cartão com o 'plafond' diário de 7.000 kwanzas (9,4 euros).

O processo de entrega dos cartões está a ser marcado por alguma morosidade, que teve já como consequência paralisações e protestos nas províncias do Huambo, com um saldo de cinco mortos, oito feridos e dezenas de detidos nos confrontos entre a polícia e manifestantes, e também da Huíla e Namibe.

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