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Angola: Campanha eleitoral arranca com distúrbios e feridos

24 de julho de 2022

Campanha eleitoral arranca em Angola quando falta um mês para as eleições gerais. Em Luanda, abertura ficou marcada por descontentamento de moto-taxistas que reivindicavam pagamento de MPLA por participação em passeata.

Angola Wahlen l MPLA Plakat in Luanda
Foto: Borralho Ndomba/DW

Em Angola, arrancou este fim-de-semana a campanha eleitoral quando falta um mês para as eleições gerais.

Os principais partidos na corrida às eleições deram o ‘tiro de largada' neste sábado (23.07) com comícios em diferentes pontos do país. 

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) deu o pontapé de saída na campanha eleitoral em Luanda, a maior praça política e eleitoral do país, juntando milhares de apoiantes, num ato de massas conduzido pelo presidente do partido, João Lourenço.

Entre as muitas promessas deixadas, está a construção de uma cidade, construída de raíz, nas imediações do futuro Aeroporto Internacional de Luanda, Dr. António Agostinho Neto.

"Com o novo Aeroporto Internacional, o país vai ganhar duas grandes infraestruturas, não simplesmente o aeroporto com as suas pistas, mas também a Cidade Aeroportuária que estará à volta", prometeu o líder do partido no poder.

Vandalismo em Luanda 

Na sequência do comício do MPLA, camisolas, bonés e bandeiras do partido foram queimados por moto-taxistas, que chegaram a colocar barricadas nas ruas e, mais tarde, dirigiram-se à Cidade Alta, a Presidência da República.  

Os moto-taxistas reivindicavam a promessa de pagamento de 10 mil kwanzas, o equivalente a cerca de 22 Euros, pela participação numa passeata a favor do MPLA. Ao se aproximarem da zona presidencial, foram travados por militares da Unidade de Defesa Presidencial, que respondeu com tiros para o ar.  

Na Ilha de Luanda, uma nuvem negra era visível, obrigando à intervenção de bombeiros, além de viaturas vandalizadas. Há registo de vários feridos e detidos.

UNITA em Benguela

Já na província costeira de Benguela, esteve o principal concorrente de João Lourenço, Adalberto Costa Júnior, líder e candidato pela  União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), onde apresentou o manifesto eleitoral do partido.

Costa Júnior pediu uma maioria parlamentar, uma vez que só assim poderá protagonizar uma reforma profunda e mudar o curso de um país que, segundo defende, foi mal gerido pelos sucessivos governos do MPLA.

"Eu não vou exagerar se disser que o projeto que está no nosso manifesto eleitoral, o projeto de realizarmos a pátria-mãe Angola, foi o projeto sonhado pelos pais da nossa Nação. Foi o projeto sonhado por Jonas Savimbi. Foi o projeto sonhado por Holden Roberto. Mas, sem dúvida nenhuma, o sonho de Angola também foi de Agostinho Neto", frisou.

Apoiantes da UNITA na abertura da campanha eleitoral em BenguelaFoto: Daniel Vasconcelos/DW

No Kwanza Norte, bastião eleitoral do partido no poder, Manuel Fernandes, líder e candidato à presidência de Angola, pela coligação eleitoral, Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE), afirmou que Angola precisa de um governo que se preocupa diariamente com os problemas do povo.  

"Nós estamos a propor-nos a resolver os problemas fundamentais dos nossos cidadãos, que durante esses 47 anos nunca conseguem realizar os seus sonhos. Cada dia que passa, sempre há uma mentira. É mais uma promessa. Apenas para gerir as consciências dos cidadãos", sublinhou. 

Além do MPLA, a UNITA e a CASA-CE, também o PRS realizou o comício de abertura de campanha na Lunda Norte, o P-NJANGO no Huambo, o Partido Humanista de Angola no Namibe e a FNLA em Luanda. 

Debate DW: O que os jovens políticos esperam de Angola?

39:39

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