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Candidatos à presidência da UNITA preparam os "dossiers"

Borralho Ndomba
16 de setembro de 2019

No dia marcado para início de entrega de candidaturas à liderança da UNITA, nenhum candidato oficializou a intenção de concorrer ao cargo de presidente do maior partido da oposição em Angola.

Angola UNITA-Kandidaten | Flagge von UNITA
Foto: Borralho Ndomba

Esta segunda-feira (6.09.) foi o dia marcado para o início de entrega de candidaturas à liderança da UNITA, mas nenhum candidato oficializou a intenção de concorrer ao cargo de presidente do maior partido da oposição em Angola, que realiza em novembro o XIII Congresso Ordinário.

Nos termo dos Estatutos da UNITA, cada militante interessado e que se julga reunir as condições requeridas para se candidatar à presidência, deverá entregar à Comissão de Mandatos uma série de documentos entre os quais, comprovativo da sua boa militância num comité de base do partido, comprovativo de apoio de pelo menos 2/3 dos membros da Comissão Política e comprovativo do apoio de 1.000 militantes no pleno gozo dos seus direitos, dos quais pelo menos 50 militantes residentes em cada uma das 18 províncias angolanas.

Candidaturas até 30 de setembro

São estes os processos que os candidatos estão a organizar para formalizarem até ao dia 30 deste mês, as respetivas candidaturas.

O presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, Adalberto Costa Júnior, que manifestou a intenção numa reunião da Comissão Permanente, confirmou que vai nos próximos dias dar entrada do seu processo."Nunca tinha dito à imprensa, mas tive a oportunidade de o fazer no Comité Permanente, mas de facto, por esta via posso confirmar a intenção de apresentar a candidatura. Ainda falo em intenção por uma razão simples, nem o meu caso, nem outros candidatos poderão fazer qualquer entrega porque os regulamentos prevêm que haja um modelo de recolha das assinaturas, e quem o fizer deverá também estar sujeito a um tipo de credenciamento", disse.

Adalberto Costa JúniorFoto: Borralho Ndomba

Adalberto Costa Júnior afirma por outro lado que não terá nenhuma dificuldade em conseguir as mil assinaturas.

"É só hoje que vai ser possível iniciar a recolha das mil assinaturas obrigatórias, sendo 50 por cada província. Portanto, não haverá grandes problemas em fazer esta recolha, mas de facto não permite que hoje no início dos prazos haja já alguém para poder cumpri-las", explicou o dirigente partidário.Por seu turno, o general Abílio Kamalata Numa, assumiu também aos microfones da DW África que vai novamente avançar com a candidatara para o cargo do líder máximo da UNITA. Numa, que está atrás dos números de apoiantes exigidos pelos estatutos do partido, destaca a sua ideia para a liderança da UNITA nos próximos anos.

Abílio Kamalata NumaFoto: Borralho Ndomba

"Queremos um partido que se modernize, um partido pan-africano, que é a nossa vocação, um partido que tenha projetos de quadros, projetos de auto-suficiência, projeto de ganhar as eleições de 2022, e também ter um bom posicionamento na conquista das autarquias em todo o país. Portanto, é este partido que queremos apresentar aos angolanos", avançou o general angolano.

Silêncio de Samakuva

Uma das incógnitas continua a ser o silêncio do atual presidente da UNITA, Isaías Samakuva. Até ao momento não há informações oficiais se vai ou não se recandidatar.O ex-secretário-geral dos "maninhos" Abílio Kamalata Numa afirma que os estatutos não impedem Samakuva de concorrer pela sua reeleição. Mas em termos dos "valores e princípios" que norteiam os militantes da UNITA, o presidente em fim de mandato não tem condições para continuar na liderança.

Angola: Candidaturas à presidência da UNITA em preparação

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"Um dos valores do nosso partido é a subordinação da política à ética. Quando o presidente Samakuva diz que perdendo ou ganhando, sem pressão de ninguém, não voltaria a ser o presidente da UNITA, para um partido sério que é a UNITA, ele não tem condições para voltar agora em 2019 a lançar uma nova candidatura", sublinhou o general Numa.

Analistas consideram que depois de cumprir quatro mandatos à frente da UNITA, Samakuva, de 73 anos, não deverá recandidatar-se, tendo declarado esta intenção publicamente. No entanto, notícias veiculadas pela imprensa angolana deixaram no ar a possibilidade de uma nova recandidatura do líder, o que os analistas acreditam que deixaria de fora outros aspirantes ao cargo.

Desconhece-se número de candidatosEntretanto, 30 de setembro, é o período que encerra a entrega das candidaturas. De 1 a 3 de outubro, a Comissão Eleitoral vai processar a documentação que será entregue à Comissão de Mandatos e no dia 3 de outubro anunciará as candidaturas aprovadas para concorrer ao cargo de presidente da UNITA.

Foto: Borralho Ndomba

As explicações são do porta-voz do oitavo congresso do partido do Galo Negro, Rubem Sicato.

"No fim vamos dizer quantos candidatos tivemos, quem são os pré-candidatos, aqueles que manifestaram a intenção. Depois disso vamos fazer uma conferência de imprensa, e no dia 3 vamos convocar os jornalistas para anunciar os resultados", concluiu Rubem Sicato.

 

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