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Angola continua em alerta máximo em relação ao mpox

Manuel Luamba
6 de setembro de 2024

Autoridades sanitárias angolanas estão a seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar que a doenca que assola a vizinha RDC chegue ao país. Especialista apela à sensibilização das comunidades.

Uma pessoa infetada com mpox recebe tratamento num hospital na República Democrática do Congo
Angola continua atenta ao surto de mpox que assola a vizinha RDCFoto: Xinhua/IMAGO

Foram considerados negativos os três casos suspeitos de mpox notificados recentemente em Angola. Um deles foi detetado na província angolana de Cabinda e os restantes dois na Lunda-Sul. Um dos indivíduos é de nacionalidade congolesa e supostamente tinha comido carne de macaco nos últimos sete dias.

Mas depois dos exames laboratoriais, o diretor do Gabinete de Saúde da Lunda Sul, Viegas Almeida, disse que eram casos de varicela. "Vamos continuar a acompanhar. A investigação continua no Instituto de Investigação do Ministério da Saúde, mas no que tem a ver com varíola do macaco está descartada qualquer hipótese de ser essa doença", anunciou.

Num comunicado enviado recentemente à imprensa, o Ministério da Saúde disse que "continua a aplicar as recomendações da Organização Mundial da Saúde" sobre a doença.

Entre as recomendações estão o reforço da vigilância epidemiológica e laboratorial, a investigação de casos suspeitos, o rastreamento dos contactos e aplicação  das medidas de isolamento e biossegurança.

Angola partilha uma vasta fronteira com a Republica Democrática do Congo (RDC), fundamentalmente nas províncias do Moxico e Lunda Norte e Sul, leste do país.

Por isso, Viegas Almeida quer o envolvimento da população na prevenção dessa doença: "Continuamos apelar a nossa população a serem mais vigilantes em todos os sentidos. A denunciarem todos os casos de uma doença estranha que venham aobservar nas suas comunidades onde vivem para rapidamente notificarem os serviços de saúde e irmos ao encontro das nossas populações".

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Como se transmite?

E como se transmite o mpox? "É transmitido aos humanos a partir do contacto direto com secreções desses animais, o uso da carne desses animais ou então o seu contacto físico. E de homem para homem é transmitido através do contacto pessoal. Objetos como talheres, colheres, etc., abraços, beijos e o contato por secreções. Também é possível por gotículas respiratórias", responde Domingos Cristóvão, especialista angolano em saúde pública.

Em relação aos sinais e sintomas da doença, o médico explica que resumem-se, fundamentalmente nas que são usuais para doenças virais, "como febre, dores de cabeça, dor nos músculos, aumento dos nódulos linfáticos ou ínguas.

"E o mais característico são as erupções cutâneas, que aparecem em forma de pústulas que podem aparecer avermelhadas ou com pus dentro, que aparecem na segunda semana e vai até ao vigésimo terceiro dia ou terceira semana da doença", acrescenta.

E para se prevenir dessa doença, Domingos Cristóvão recomenda algumas estratégias, como ensinar as pessoas sobre a manifestação e a prevenção da mpox, sem esquecer a vigilância.

"Na vigilância epidemiológica há um aspeto muito importante, a colheita de dados ou colheita de amostras nas pessoas suspeitas no sentido de enviar ao laboratório para se averiguar a presença ou ausência da infeção", lembra o médico.

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