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Angola "continua a pagar" internamento de Eduardo dos Santos

gcs | Lusa
30 de junho de 2022

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, diz que o Executivo vai continuar a assumir as suas responsabilidades. E nega que haja objetivo de desligar o suporte de vida do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.

Foto: Reuters

"Não", o Governo angolano não vai dizer aos médicos para desligarem as máquinas que suportam a vida do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.

A garantia foi dada aos jornalistas esta quinta-feira (30.06) pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, que disse ter-se deslocado à cidade espanhola de Barcelona a pedido do Presidente João Lourenço para se inteirar do estado de saúde de Eduardo dos Santos.

O chefe da diplomacia não quis avançar detalhes sobre a atual condição do antigo Presidente da República. "São detalhes dados geralmente pelos médicos", explicou.

"A decisão é geralmente da família"

Esta semana, Tchizé dos Santos disse que não iria permitir que as máquinas fossem desligadas. A filha do antigo chefe de Estado angolano terá mesmo contratado uma advogada espanhola para assegurar que isso não aconteça.

Tchizé dos Santos disse, esta semana, que, como filha, nunca permitirá "que desliguem as máquinas de um pai vivo, que tem o coração a bater normalmente"Foto: privat

"Quem aqui pode decidir são as filhas, que representamos, e que não querem desligar as máquinas do pai", afirmou a advogada Cármen Varela num áudio a que a DW África teve acesso.

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, assegurou esta quinta-feira que o Governo não tem qualquer intenção de fazer isso.

"Quando se chega em circunstâncias dessas, a decisão é geralmente da família. Por outro lado, somos africanos, temos uma certa cultura que até nem conduz a esse tipo de hipóteses", afirmou o diplomata.

Estado angolano pagará os custos

Ao mesmo tempo, Téte António negou informações de que a família passaria a assumir os custos do internamento de José Eduardo dos Santos na clínica onde está internado.

"A responsabilidade em relação aos custos é totalmente do Governo angolano. Continuará sempre a ser. Reparem que se trata de um ex-Presidente da República. O Governo da República de Angola tem responsabilidades acrescidas quando se trata de situações do género, e nós vamos continuar a assumir essas responsabilidades," garantiu.

O estado de saúde de José Eduardo dos Santos, de 79 anos de idade, agravou-se esta semana. O ex-chefe de Estado está nos cuidados intensivos de uma clínica em Barcelona e encontra-se em coma, após uma queda.
Artigo atualizado às 20:37 de 30 de dezembro de 2022.

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