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Média

Angola: Despedimento de jornalista gera polémica

Anselmo Vieira (Lubango)
12 de janeiro de 2018

Jornalista denuncia que foi despedido por tematizar a degradação da cidade do Lubango, província da Huíla, na primeira "entrevista coletiva" do novo Presidente angolano. Rádio 2000, onde o jornalista trabalhava, nega.

Jornalista angolano António ManuelFoto: DW/A. Vieira

O jornalista António Manuel afirma que foi à conferência de imprensa do novo Presidente angolano, na segunda-feira (08.01), em representação da Rádio 2000 - Antena Comercial do Lubango. E aproveitou a ocasião para questionar João Lourenço sobre a requalificação da cidade do Lubango, criticando simultaneamente os baixos salários na estação.

"Fui [à conferência de imprensa em Luanda] com a autorização do diretor da rádio e fiz o meu trabalho. Acho que não tive uma má prestação para chegar ao ponto de perder o meu emprego", afirma António Manuel.

Angola: Despedimento de jornalista gera polémica

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Mas as perguntas colocadas pelo jornalista não teriam sido do agrado da direção da Rádio 2000. No dia seguinte à conferência de imprensa, António Manuel, também conhecido como "Tony Fancy", foi despedido.

"Sou jornalista aqui na rádio há três anos e meio. Nunca gozei férias, nunca faltei ao trabalho e agora sou tratado desta forma deselegante e descortês", acrescenta. "Acredito que são ordens superiores, porque a forma como o comunicado para me afastar da rádio foi feito e à última da hora… Não creio que a direção tenha adotado uma posição meramente administrativa. Acredito mesmo que houve interferência do governo da Huíla."

Rádio 2000 nega

Mas a estação rejeita as acusações do jornalista. Segundo a direção da Rádio 2000, o despedimento aconteceu porque o jornalista violou o contrato e deslocou-se a Luanda sem autorização da empresa.

"Ele é um colaborador da rádio em tempo parcial. Apresenta alguns programas e noticiários. A colaboração é feita com base num acordo de confiança entre as partes. Quando uma delas é beliscada, um dos lados pode decidir rescindir a colaboração", diz o diretor da rádio, José Manuel Rodrigues.

A DW África contactou o governo provincial da Huíla, que preferiu não comentar por ser um "assunto interno" da Rádio 2000.

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