Carlos Guardado está detido desde a manhã deste sábado (11.01), supostamente indiciado nos crimes de corrupção, furto doméstico, peculato e de tráfico de influência.
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A informação foi publicada por vários média locais angolanos - como o Jornal de Angola, o Novo Jornal e a ANGOP, entre outros.
Segundo os média angolanos, a informação foi tornada pública por meio de um comunicado do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação Provincial do Ministério do Interior, segundo o qual Carlos Guardado foi detido em sua residência nas primeiras horas da manhã.
Igualmente detido desde às 07:45 deste sábado (11.01), por ordem do Magistrado do Ministério Público, está o ex-funcionário da Administração Municipal de Benguela, João José Bernardo, "acusado nos mesmos crimes".
Ainda de acordo com a nota, os detidos serão apresentados ao Ministério Público nas próximas horas.
Carlos Guardado foi nomeado administrador municipal de Benguela em 2017, tendo antes ocupado as mesmas funções no município do Cubal, para além de ter exercido o cargo de diretor do Fundo de Apoio Social (FAS), segundo a ANGOP.
Esta é a primeira vez que é detido um governante em plenas funções em Benguela.
Detenções também em Bocoio
De acordo com a ANGOP, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve também o responsável da Estacão de Desenvolvimento Agrário do município do Bocoio, na província de Benguela, Paulo da Silva Cabaça, "indiciado na prática de crimes de burla por defraudação, abuso de confiança e especulação". Foram presos ainda o chefe da Secção Municipal da Agricultura, José Domingos Manuel, e os funcionários da Administração Municipal do Bocoio, Pedro Chicule, Chicusse Joaquim, Firmino Calulembe e Santos Faustino.
Todos encontram-se em prisão preventiva.
Mapudjé: A cadeia que produz alimentos no norte de Moçambique
Localizada a 100 km de Lichinga, na província nortenha do Niassa, a cadeia aberta de Mapudjé tem um objetivo: produzir alimentos. A produção serve outras cinco cadeias da região e reduz os custos ao Estado.
Foto: DW/M. David
Reclusos
Este centro de reclusão aberto abriga 150 reclusos. São detidos provenientes da cadeia provincial do Niassa, que estão a cumprir as suas penas em regime aberto graças ao bom comportamento apresentado. Aqui, neste estabelecimento penitenciário, eles também trabalham no campo.
Foto: DW/M. David
Via de acesso
Chegar ao centro de Mapudjé não é tarefa fácil. Com uma estrada totalmente lamacenta, pouco frequentada, o acesso ao local é difícil, sobretudo no tempo chuvoso. Recomenda-se carros com tração às quatro rodas para enfrentar este caminho, que passa também por troços de floresta cerrada.
Foto: DW/M. David
Construção típica
Quem chega ao centro de Mapudjé logo surpreende-se com as infraestruturas típicas da região. Esta casa é um exemplo. Foi construída com materiais locais - paus, bambu e capim - para ser o escritório do centro. A construção chama a atenção, pois foi erguida no alto de uma elevação.
Foto: DW/M. David
Posto de saúde
Para oferecer melhor atendimento sanitário aos reclusos, o centro aberto de Mapudjé conta com um posto de primeiros socorros. Em casos mais graves ou atendimento mais especializado, os detidos são transferidos para uma unidade sanitária distrital ou provincial.
Foto: DW/M. David
Produção agrícola
Com um trator e respetivas ferramentas, oferecidas a título de crédito pelo Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA), a cadeia de Mapudjé explora 135 hectares, cultivando milho, feijão manteiga e hortícolas. Na campanha agrícola passada, o centro de Mapudjé colheu mais de 60 toneladas de milho e 35 toneladas de feijão manteiga.
Foto: DW/M. David
Árvores de fruto
O centro também está a apostar em pequenas áreas para o cultivo de árvores de fruto. Aqui o destaque são as laranjeiras, que também ajudam no fornecimento de alimentos aos centros penitenciários do Niassa.
Foto: DW/M. David
Consumo vs. economia
As cadeias provinciais de Lichinga, Marrupa, Cuamba, Mecanhelas e Mandimba deixaram de comprar milho e feijão manteiga para o consumo dos reclusos. Agora consomem a comida produzida pelos detidos do centro de Mapudjé, no distrito de Sanga. Os Serviços Penitenciários do Niassa poupam mensalmente aos cofres do Estado cerca de 2,5 milhões de meticais (quase 35 mil euros).
Foto: DW/M. David
Produção farta
A produção agrícola do centro de Mapudjé é tão farta que a safra passada de feijão manteiga conseguiu alimentar até fevereiro deste ano os reclusos daquelas cinco cadeias provinciais. Quem o diz é o diretor da cadeia de Mapudjé, Jorge Santina. E ele garante que o milho continuará a ser consumido até à próxima colheita.
Foto: DW/M. David
"Experiência será replicada"
De visita ao centro aberto de Mapudjé, o diretor do FDA, Eusébio Tumuitikile, ficou satisfeito com os resultados da mecanização do processo de produção agrícola naquela unidade, que visa acabar com o défice alimentar no país. Por isso, Tumutikile disse que a experiência da autossuficiência alimentar da cadeia aberta de Mapudje será replicada noutros centros prisionais do país.