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Angola: Dia de reflexão antes das eleições "mais disputadas"

23 de agosto de 2022

Depois de 30 dias de uma maratona de caça ao voto em Angola, esta terça-feira (23.08) é reservada para a reflexão do eleitor. Analistas ouvidos pela DW são unânimes ao dizer que estas "são as eleições mais disputadas".

Angola Wahl
Foto: Getty Images/AFP/M. Longari

Encerrou às 23:59 desta segunda-feira (22.08) a campanha eleitoral rumo às eleições gerais desta quarta-feira, 24 de agosto, em Angola. Durante cerca de 30 dias, sete partidos políticos e uma coligação palmearam o país na caça ao voto.

As eleições deste ano, as quintas na história do multipartidarismo em Angola, poderão ser as mais renhidas, segundo vários analistas e observadores.

Para o jurista Rui Verde, estas são as "eleições efetivamente mais disputadas" da história de Angola.

"Podemos dizer que para a opinião pública não tem nenhuma comparação (…). Há uma massa de gente que acha que o MPLA vai ganhar e há também uma massa de gente muito efetiva que acha que a UNITA vai ganhar", afirma.

Comício em Luanda encerrou campanha da UNITA nesta segunda-feira (22.08)Foto: Julio Pacheco Ntela/AFP

Comunidade internacional atraída pela disputa

Por outro lado, Rui Verde observa que estas eleições são, "até ao momento, [as mais] competitivas em África". "O que muitas das vezes não acontece", reconhece o jurista, afirmando que "há aqui um picante que está atrair a comunidade internacional".

Para o analista político angolano, Cláudio Silva a juventude terá um papel preponderante neste escrutínio.

"Cerca de 76% da população angolana tem menos de 30 anos. Não tem memórias de guerra e cresceu a ver os níveis de pobreza que mantivemos nos últimos 20 anos", pontua.

Dia de reflexão

Depois de 30 dias de uma maratona de caça ao voto e de muita azafama para tentar conquistar a simpatia do eleitorado, nesta terça-feira (23.08) o dia é reservado para a reflexão.

MPLA reuniu no domingo (21.08), no arredores de Luanda, militantes no seu último grande evento da campanha eleitoralFoto: Miguel Pereira/REUTERS

Nas vésperas do dia "D", os cerca de 14 milhões de eleitores angolanos no país e no exterior são convidados a refletir sobre o melhor programa político que merecerá o seu voto nesta quarta-feira – 24 de agosto.

Mas também é dia para fazer o balanço da campanha eleitoral. À DW África, Cláudio Silva fala de uma campanha ordeira, "marcada pela positiva”.

"As pessoas puderam ouvir os diferentes programas de governação dos partidos concorrentes", diz. 

Concorrem o escrutínio desta quarta-feira sete partidos políticos, nomeadamente: Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Partido Humanista de Angola (PHA), Partido de Renovação Social (PRS), Partido Nacionalista da Justiça em Angola (P-NJANGO), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Aliança Patriótica Nacional (APN) e a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral  (CASA-CE). O MPLA e a UNITA são os grandes contendores da praça política nacional e na diáspora.

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