Em visita a Luanda, chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, reforça interesse de cooperação com Angola em diversos setores. Presidente João Lourenço enfatiza ambiente favorável para investimentos privados alemães.
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A chanceler federal da Alemanha Angela Merkel e o Presidente de Angola João Lourenço reforçaram as relações bilaterias entre os dois países e assinaram dois acordos de cooperação. Merkel revelou em conferência de imprensa que conversou com o Lourenço sobre a institucionalização das autarquias em Angola.
"Já tivemos intercâmbio de ideias sobre as estruturas, sobre os processos de reformas, a descentralização, as autarquias. Há também uma maior responsabilidade para o desenvolvimento do país. Congratulo-me muito por darmos aqui a nossa contribuição”, disse a chanceler.
O direito Alemão tem forte influência no sistema jurídico angolano. Os dois países vão aperfeiçoar um programa neste domínio. Merkel convidou juristas angolanos a visitarem a Alemanha. A chanceler lembrou que além de acordos para bolsas de estudos, há programas de cooperação no domínio jurídico.
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"Podemos aperfeiçoar esse programa com convites de juristas para irem à Alemanha e escolherem os temas de seu interesse. Também podemos fazer a ampliação de todos os conteúdos que tenham a ver com o tráfego aéreo", salientou a chanceler.
Ambiente favorável
O Presidente João Lourenço aproveitou a oportunidade da visita da chanceler alemã para demonstrar a intenção do Governo angolano de privilegiar o investimento privado alemão em Angola. Dez representantes de empresas de diversos setores da economia alemã integraram a comitiva de Merkel na sua agenda de apenas um dia em Luanda.
Executivos de empresas de setores como electrónica, telefonia, mecânica, energia solar aproveitaram para fazer contato com representantes do Governo angolano e perceber o clima para negócios no país. "Estamos a criar com algum sucesso um ambiente favorável ao investimento privado, o que pretendemos é que se privilegie o investimento privado alemão em todos aqueles domínios que sejam de interesse dos próprios investidores”, disse João Lourenço.
Angola e Alemanha assinam acordos de cooperação
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Durante a visita, foram assinados dois acordos de cooperação nas áreas de transportes e recursos minerais. O Presidente João Lourenço foi questionado sobre o "Luanda Leaks" na conferência de imprensa. Um jornalista alemão que acompanhava a visita de Merkel quis saber se Angola pretende congelar os ativos transferidos para o exterior de forma ilícita.
"Mais do que simplesmente congelar, nos estamos a lutar, estamos a trabalhar pela recuperação dos ativos que alguns dos nossos cidadãos indevidamente retiraram do Estado e colocaram aos serviços de outras economias, são ativos que estão a dar emprego fora de Angola, estão a servir a outras economias e não às economias angolanas”, explicou o Presidente.
Em relação aos resultados das reformas em curso no país, o chefe de Estado angolano fez saber que considera que já há resultados positivos. Para João Lourenço, as mudanças já seriam visíveis, mas ainda há mais por se fazer.
"O processo de [implementação de] reformas vai continuar, não vamos parar por aqui. Há outras coisas que não foram possível de serem feitas neste espaço de tempo, mas, no período que nos resta, com certeza, algumas reformas serão aprofundadas”, salientou o Presidente de Angola.
Merkel e João Lourenço presidiram a abertura do Fórum Económico Alemanha-Angola que reuniu representantes de mais de 18 empresas dos dois países.
Luanda é a cidade que cresce mais rapidamente em África
Não são necessariamente as cidades mais populosas de África, mas são as que crescem de forma mais rápida, segundo as Nações Unidas. Luanda lidera a lista das cidades com maior crescimento populacional no continente.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
1. Luanda, Angola
Nenhuma cidade africana está a crescer tão rapidamente como Luanda, a capital de Angola. Segundo dados da ONU, vivem aqui mais de 7,7 milhões de pessoas. A idade média dos luandenses é de 20,6 anos. A capital é uma das cidades mais caras do mundo. Mas apenas as elites de Angola beneficiam das grandes reservas de petróleo do país. A população fala em desigualdade social no país.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
2. Yaounde, Camarões
Com 3,6 milhões de habitantes, a capital dos Camarões é muito menor que a de Angola. Os serviços públicos e as representações diplomáticas estão principalmente concentrados na capital. É por isso que Yaoundé desfruta de um padrão de vida e segurança mais elevados do que o resto dos Camarões. É também um ponto central de transferência de mercadorias como café, cacau, tabaco e borracha.
Foto: Dirke Köpp
3. Dar es Salaam, Tanzânia
A população da capital comercial da Tanzânia aumentou mais de seis vezes desde 1978. Dar es Salaam, com mais de seis milhões de habitantes, é a maior cidade da África Oriental e um importante centro económico e comercial para a região. De 2000 a 2018, a população cresceu 166%.
Foto: DW/E. Boniphace
4. Kumasi, Gana
A população da cidade ganesa de Kumasi aumentou onze vezes para três milhões entre 1970 e 2017. Ultrapassou o número de pessoas que vivem na capital, Accra, em 2014 para se tornar a maior cidade do país. A população do Gana está a crescer de forma rápida, especialmente em cidades como Kumasi. A metrópole económica atrai muitas pessoas do norte do país.
Foto: Imago Images/photothek/T. Imo
5. Kampala, Uganda
Kampala, a principal capital de Uganda, fica nas margens do Lago Vitória. A população total da região mais do que duplicou desde o início do século XXI. Muitas pessoas do interior estão a mudar-se para as cidades. Kampala tem uma das maiores taxas de crescimento em todo o mundo. Espera-se que mais de 40 milhões de pessoas vivam na cidade até 2100.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Kabuubi
6. Lusaka, Zâmbia
Lusaka, o centro económico e político da Zâmbia, registou um boom demográfico nos últimos anos. O centro da cidade, nos arredores da Independence Avenue e da Cairo Road, é caracterizado por edifícios comerciais, companhias de seguros, bancos, bolsas de valores, hotéis e cadeias de "fast food" americanas. O setor industrial, os transportes e o artesanato também desempenham um papel importante..
Foto: DW/C. Chimbelu
7. Douala, Camarões
A maior cidade dos Camarões também está entre as dez cidades que mais crescem em África. Douala é o lar do maior porto da África Central, que é vital para a economia do país e toda a Comunidade Económica e Monetária da África Central. É um importante centro financeiro, industrial, comercial, cultural e de tráfego dos Camarões.
Foto: picture-alliance / maxppp
8. Mbuji-Mayi, República Democrática do Congo
Provavelmente não há outro lugar no mundo com tantos diamantes como em Mbuji-Mayi. Os comerciantes de diamantes da cidade congolesa pintam edifícios com imagens brilhantes e bonitas para atrair os mineiros. A cidade tinha apenas 30.000 habitantes em 1960. Até 2018, Mbuji-Mayi deverá ter 2,3 milhões de habitantes. A imigração em massa das áreas vizinhas aumentou drasticamente a população.
Foto: Imago Images/H. Hoogte
9. Antananarivo, Madagáscar
Antananarivo é a maior cidade e capital do Estado insular de Madagáscar. A maioria dos turistas entra e sai do país pelo aeroporto da capital. Apesar de um período de doenças e guerras no século XVIII, a população da cidade cresceu de forma constante. Esse crescimento populacional deve-se sobretudo à saída das pessoas do interior para a capital do país.
Foto: Imago Images/Xinhua
10. Pretória, África do Sul
Por último, mas não menos importante, no top 10 está a cidade de Pretória, uma das três capitais da África do Sul. É a capital administrativa, com reconhecimento também no campo do ensino superior e da investigação. Localizada a norte de Joanesburgo, Pretória é um importante centro comercial e industrial, onde são construídas ferrovias, carros, máquinas e aço.