Angola: Eleições e Comunicação Social
27 de fevereiro de 2012 Partidos políticos, organizações da sociedade civil e jornalistas de diferentes media angolanos discutiram opapel da comunicação social na prevenção de conflitos eleitorais. A organização não governamental de defesa dos direitos humanos, Omunga, convidou Luisa Rogério, secretária-geral do Sindicato dos Jornalistas de Angola, para moderar o debate.
Conflitos eleitorais
Segundo Luísa Rogério, diversos factores podem contribuir para possíveis conflitos eleitorais em Angola e relembra que vários jornalistas angolanos, sobretudo, os da imprensa pública, pertencem aos comités de especialidade do partido no poder, o MPLA.
"As tendências estão claramente demarcadas", diz a secretária-geral do Sindicato dos Jornalistas de Angola, e acrescenta que "questão de a vida política marcar muito (…) o contexto sócio-profissional dos angolanos" afeta o desempenho dos jornalistas.
Media: instrumento do governo?
Israel Samalata, correspondente do bissemanário "Folha 8", é da opinião que o atual estado da comunicação social pública em Angola é ainda bastante crítico, por privilegiar o partido no poder e marginalizar a oposição.
Samalata aponta mesmo a Rádio Nacional (RNA), o Jornal de Angola e a própria Televisão Pública (TPA), como "órgãos do estado que desempenham um papel critico contra a oposição numa fase dos processos eleitorais".
Reponsabilidade partilhada
Já o ativista cívico João Micelo, pensa que mais importante do que apontar o dedo, é lembrar que "todo o povo angolano e os políticos em geral devem ter a responsabilidade de se engajarem nesse processo eleitoral."
João Micelo, relembra que "o jornalista é um ser humano e que pode cometer falhas. Ele acredita que o papel do jornalista, neste caso, é "tentar que não aconteça uma série de irregularidades no processo eleitoral do ponto de vista informativo."
Autor: Nelson Sul de Angola (Bengulea)
Edição: Carla Fernandes / António Rocha