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EducaçãoAngola

Angola: Estudantes "indignados" com greve dos professores

Lusa
9 de maio de 2022

Após um mês de suspensão, os professores universitários angolanos voltaram à greve "por tempo indeterminado", acusando o Governo de "falta de vontade política". Estudantes dizem-se "tristes e indignados" com a situação.

Protestos dos estudantes universitários em fevereiro, em LunadaFoto: Manuel Luamba/DW

O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) disse esta segunda-feira (09.05) que o retorno à greve dos professores universitários "caiu como uma bomba" no seio da classe estudantil, manifestando-se "tristes e indignados" pela "falta de sensibilidade" dos docentes e do Governo.

"Nós, o MEA, recebemos a notícia da greve como uma bomba e estamos indignados, revoltados, não aceitamos a retoma da greve, não aceitamos a postura do sindicato e também não aceitamos a postura do Governo", afirmou hoje o presidente do MEA, Francisco Teixeira à agência de notícias Lusa.

"Entendemos nós que tem de haver sensibilidade, tem de se pensar Angola, pensar nação e pensar nação é resolver os problemas muito distantes das greves", salientou.

Segundo Francisco Teixeira, os estudantes vão promover várias "ações de luta, protesto e indignação" contra o Governo e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes) angolano.

Porque, explicou, entendemos nós que o ano letivo não pode ser anulado, pobres não podem pagar por irresponsabilidade dos adultos e nós vamos encontrar formas de solução, estamos tristes, insatisfeitos". "É o sonho de futuro de milhares de jovens em jogo e entendemos que há de se fazer alguma coisa", atirou.

Estudantes estão precoupados com o impacto da paralisação dos professores universitáriosFoto: Manuel Luamba/DW

Professores novamente em greve

Os professores universitários angolanos retomaram esta segunda-feira (09.05) a greve por "tempo indeterminado", suspensa há um mês, por "falta de vontade política" do Governo em solucionar as reivindicações da classe, sobretudo em relação ao aumento salarial.

Segundo o secretário-geral do Sinpes, Eduardo Peres Alberto, a greve interpolada a 5 de abril para 30 dias, a retomada nesta segunda-feira por falta de vontade política das autoridades.

Aumento salarial, melhores condições laborais, pagamento da dívida pública e eleições dos corpos diretivos das instituições públicas do ensino superior constituem algumas das reivindicações dos professores universitários angolanos.

Consequências para os estudantes

O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) angolano anunciou, em abril após a suspensão da greve, que os estudantes perderam 14 semanas letivas, em consequência da paralisação dos professores, e esperava que as divergências com os docentes fossem dirimidas.

Hoje, o MEA, que já promoveu duas manifestações em fevereiro passado pelo retorno às aulas, assegurou que vai reunir estudantes de várias instituições para "traçar linhas de força para invertermos" o atual quadro que se vive no ensino superior público em Angola.

"Vamos também marcar encontros com o Sinpes e o MESCTI para apurar realmente o que se passa e apresentar sugestões e caminhos para a resolução do problema", rematou Francisco Teixeira.

Angola: Facilitar a mobilidade dos universitários

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