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Angola: Fim de semana será marcado por manifestações

18 de dezembro de 2020

As ruas de Angola têm sido palco de protestos nos últimos meses e para este sábado estão agendados mais dois. Para João Lourenço, é possível haver coabitação entre manifestantes e forças de ordem durante manifestações.

Angola Ndalatando | Protest gegen Arbeitslosigkeit
Foto: António Domingos/DW

Nos últimos meses muitos têm sido os protestos, especialmente por parte de jovens, que pintam as ruas de Angola com cartazes e palavras de ordem.

Para este sábado (19.12), estão previstas duas manifestaçõe, sendo uma delas organizada por Abel Chivukuvuku, que viu chumbado pelo Tribunal Constitucional a legalização do seu projeto político, denominado PRA-JA Servir Angola. O antigo conselheiro de Jonas Savimbi quer mostrar que não desiste e propõem aos que o apoiam que saiam à rua.

Cartaz eleitoral de Abel Chivukuvuku quando era do partido CASA-CEFoto: DW/B.Ndomba

Numa entrevista ao jornal português Público, publicada esta sexta-feira (18.12), Abel Chivukuvuku diz ter recebido "ameaças de que pode ser baleado no sábado". 

A segunda manifestação foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Médicos (SINMEA). O presidente daquele sindicato, Adriano Manuel, é alvo de um processo disciplinar por alegada violação de sigilo profissional, que culminou há quatro meses com uma multa da sexta parte do seu vencimento mensal.

De acordo com o secretário-geral, o sindicato considera o processo "um flagrante atropelo à lei", realçando que a Adriano Manuel não lhe foi dada a possibilidade de se defender.

"Pensamos sair à rua no próximo sábado, a partir das 12h30, concentrarmo-nos no Largo da Mutamba e marcharmos para despertar a classe médica do país e a comunidade nacional e internacional para que se juntem a esta causa em defesa não só dos direitos dos médicos, mas também de uma boa prestação de serviço aos nossos pacientes", salientou Pedro da Rosa esta semana, em declarações à agência de notícias Lusa.

"É possível realizar manifestações ordeiras"

Em declarações esta quinta-feira (17.12), o Presidente angolano desafiou manifestantes e as forças da ordem a mostrar que, em Angola, é possível haver coabitação entre ambos durante manifestações.

"É possível realizar manifestações ordeiras e que atingem na mesma o seu objetivo, o de levar a mensagem que se pretende às autoridades e à sociedade", disse João Lourenço no âmbito da abertura de uma reunião com as chefias militares do país.

João Lourenço reforçou ainda o papel das forças, autorizando o exercer da autoridade do Estado com firmeza, sempre que a situação aconselhar, mas sempre com contenção, procurando encontrar pontos de equilíbrio entre a necessidade de estabelecer a ordem e o direito de manifestação dos cidadãos.

"Não são de aceitar excessos gratuitos das forças da ordem, assim como também não são de aceitar excessos gratuitos da parte dos manifestantes", referiu.

Médicos angolanos em protesto

01:52

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