Angola gasta muito em pavilhões e pouco em casas para jovens
5 de julho de 2013 Dois anos depois de terem recebido as chaves das residências, os beneficiários do projecto “Casa da Juventude” acusam o Ministério da Juventude e Desportos de Angola (MJD) de incumprimento do contrato e de burla. Os moradores do Bairro da Juventude dizem que o MJD lhes vendeu casas inacabadas, muitas delas sem janelas, portas, redes sanitárias e mobílias, além da falta de iluminação pública.
“Os moradores aqui estão mesmo muito zangados com esta situação”, contou à DW África o porta-voz do Bairro da Juventude. Segundo José Prata, por altura da entrega das casas o governo havia prometido resolver o problema num prazo de uma semana, mas até agora a situação continua na mesma.
Além de problemas com “os tetos falsos, que é responsabilidade do Ministério da Juventude”, José Prata referiu outros problemas que estão por resolver, como a questão das portas e janelas, a situação das casas de banho que devem ser reabilitadas e as cozinhas que também têm de ser ampliadas, “conforme consta no novo contrato”, sublinha.
Moradores dão ultimato ao Governo
A situação parece ser dramática, uma vez que há mais de um ano os moradores das casas da juventude têm sofrido descontos mensais nos seus salários para pagar as prestações. De acordo com o porta-voz do Bairro da Juventude em Benguela, os moradores equacionam levar o caso à Presidência da República.
“Já estamos a fazer descontos para o banco há um ano e as casas não estão prontas como deviam, as mobílias também não chegam e nós estamos a viver nessas condições”, critica José Prata. “O Governo não pode estar a brincar com as pessoas”, afirma, sublinhando que o problema tem de ser resolvido porque os habitantes já estão a pagar as casas.
Os moradores do Bairro da Juventude deram um ultimato de uma semana ao Governo angolano. Caso o problema não seja resolvido, prometem sair às ruas. “Se o Ministério continuar em estado de silêncio, vai acontecer uma manifestação pública”, garante José Pratas, adiantando que a ação de protesto poderá começar no Banco de Poupança e Crédito (BPC), a instituição bancária onde os moradores fizeram os contratos
Contatado pela DW África, o diretor provincial da Juventude e Desportos de Benguela, Pedro Garcia, disse não estar autorizado a comentar o assunto, mas garantiu que dentro de dias o MJD poderá pronunciar-se sobre o caso.