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Angola inicia vacinação contra a Covid-19

Lusa
2 de março de 2021

Chegaram hoje a Luanda 624 mil vacinas da Astrazeneca/Oxford financiadas pela Covax. Segundo ministra da Saúde, vacinação irá priorizar "pessoas mais expostas". Grupo selecionado de 50 pessoas recebeu a primeira dose.

Angola Corona-Pandemie | Beginn Impfung
Enfermeiro é vacinado em LuandaFoto: Osvaldo Silva/AFP

A ministra da Saúde angolana inaugurou o depósito central de vacinas de Angola, esta terça-feira (02.03), dia em que chegou ao país o primeiro lote de vacinas contra a Covid-19 e foram vacinados os primeiros angolanos contra a doença.

As primeiras vacinas, que chegaram ao Aeroporto Internacional de Luanda pela manhã, começaram já a ser administradas a um grupo selecionado de 50 pessoas, incluindo profissionais de saúde, órgãos de defesa e segurança e doentes com comorbilidades.

Sílvia Lutucuta, que inaugurou o primeiro depósito de vacinas de Angola na Central de Compras de Medicamentos e Meios Técnicos (CECOMA), salientou que este é um pilar fundamental no caminho para reduzir ao mínimo o risco de propagação da doença.

Silvia LutucutaFoto: DW/C.V. Teixeira

Vacinar 20% da população

Para garantir o acesso justo e equitativo aos países de médio e baixo rendimento foi criada em abril de 2020 a iniciativa Covax, mecanismo a que Angola aderiu em julho de 2020 e ao abrigo do qual recebeu as primeiras doses de vacinas, sem custos.

As primeiras 624 mil doses que chegaram esta terça-feira (02.03) a Luanda fazem parte de um lote de 2 milhões e 172 mil doses que devem chegar ao país até ao final de maio deste ano, adiantou a responsável da Saúde.

"Esperamos receber, até ao final de junho, 6,4 milhões de doses desta vacina e outras que estiverem disponíveis - o que permitirá cobrir as necessidades da primeira etapa do plano de vacinação da Covid-19 do Ministério da Saúde cobrindo 20% da população nacional", declarou.

Priorizar os vulneráveis

Nesta etapa, o objetivo é vacinar primeiro as pessoas mais expostas - incluindo pessoal de saúde, professores, forças de defesa e segurança, pessoas com comorbilidades e idade avançada e população a partir dos 40 anos.

Na segunda etapa, que cobre 10,4 milhões de pessoas, o Executivo angolano em parceria com organismos internacionais, incluindo a União Africana e governos amigos "está a trabalhar para assegurar a disponibilidade suficiente de vacinas para garantir a proteção deste grupo", sublinhou Sílvia Lutucuta.

Vacinas da Oxford/AstraZeneca chegaram esta terça-feira (02.03) a LuandaFoto: Osvaldo Silva/AFP

Vacinas produzidas na Índia

O primeiro lote de 624 mil vacinas da Astrazeneca/Oxford, da iniciativa Covax foi recebido no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro por membros dos Executivo angolano, entre os quais a ministra da Saúde - bem como vários parceiros incluindo representantes das Nações Unidas, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da delegação da União Europeia e da Organização Mundial de Saúde (OMS), estando também presente a embaixadora da Índia em Angola.

As vacinas foram produzidas no Instituto Serum, parceiro da AstraZeneca na Índia e maior produtor mundial de vacinas.

As vacinas da AstraZeneca/Oxford aprovadas pela OMS, foram também o principal meio usado para o controlo da pandemia no Reino Unido, completou a ministra da Saúde.

Pandemia é "teste de fogo”

Sílvia Lutucuta salientou que a pandemia é um teste de fogo à resistência das nações e à solidariedade dos países, da coordenação das ações de resposta e da resistência dos sistemas de saúde, acrescentando que o rápido desenvolvimento da produção de vacinas seguras abriu a possibilidade de prevenir esta doença através da vacinação.

No entanto, lembrou, "a grande competição mundial pelas mesmas e baixa capacidade de produção criaram dificuldades difíceis de ultrapassar, principalmente para os países em desenvolvimento".

Angola foi o primeiro país lusófono a receber vacinas no âmbito da Covax.

Mulher recebe a primeira dose da vacina, em LuandaFoto: Osvaldo Silva/AFP

Moçambique prestes a iniciar vacinação

Também esta terça-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique (OMM), Gilberto Manhiça, saudou o Governo por ter escolhido os profissionais de saúde do país para serem os primeiros a receber a vacina contra a Covid-19. 

"Não poderia ter havido uma melhor abordagem [na vacinação], porque nós, os profissionais de saúde, é que estamos na linha da frente", afirmou Gilberto Manhiça, em declarações à emissora pública Rádio Moçambique. 

Dados oficiais indicam que desde março, quando foi registado o primeiro caso em Moçambique, pelo menos 2.805 profissionais de saúde foram infetados e, deste grupo, 22 morreram. 

No plano de vacinação, que deverá ser lançado oficialmente nos próximos dias, o Governo moçambicano pretende também dar prioridade a outros grupos expostos, com destaque para a polícia. 

Moçambique recebeu da China um total de 200 mil doses da vacina Verocell, incluindo seringas, fabricada pela farmacêutica chinesa Sinopharm. 

Trata-se do primeiro lote de vacinas contra a Covid-19 no país, que também aguarda pela sua parte no âmbito da Covax.

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