Um dia após tomar posse como Presidente angolano, João Lourenço anunciou, esta sexta-feira, o seu novo Executivo. Pastas de peso, como as Finanças e Relações Exteriores, continuam nas mãos dos mesmos ministros.
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O Presidente João Lourenço, nomeou, esta sexta-feira (16.09), os membros que integram o novo Governo angolano.
Não há novidades em 15 dos 23 Ministérios. Vera Daves voltará a chefiar o Ministério das Finanças, João Ernesto dos Santos volta a assumir a pasta da Defesa, Eugénio Laborinho continuará a ser ministro do Interior e Téte António mantém-se como chefe da diplomacia.
Uma das poucas alterações neste Executivo é a criação de um Ministério do Ambiente, independente da pasta da Cultura e Turismo.
Por outro lado, o Ministério da Agricultura e Pescas passará somente a ser responsável pela Agricultura e Florestas. Foi entretanto criado um novo Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, chefiado por Carmen Sacramento Neto, uma das poucas novas caras novas do Governo.
De acordo com a informação disponibilizada na página na Presidência de Angola, são integrantes do novo Executivo angolano os seguintes nomes:
1. João Ernesto dos Santos, Ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria;
2. Eugénio Cesar Laborinho, Ministro do Interior;
3. Téte António, Ministro das Relações Exteriores;
4. Dionísio Manuel da Fonseca, Ministro da Administração do Território;
5. Marcy Cláudio Lopes, Ministro da Justiça; e dos Direitos Humanos;
6. Vera Esperança dos Santos Daves de Sousa, Ministra das Finanças;
7. Mário Caetano João, Ministro da Economia e Planeamento;
8. Teresa Rodrigues Dias, Ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social;
9. António Francisco de Assis, Ministro da Agricultura e Florestas;
10. Carmen Sacramento Neto, Ministra das Pescas e Recursos Marinhos;
11. Victor Francisco dos Santos Fernandes, Ministro da Indústria e Comércio;
12. Diamantino Pedro Azevedo, Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás;
13. Ricardo Daniel Sandão Queirós Viegas D´Ábreu, Ministro dos Transportes;
14. João Baptista Borges, Ministro da Energia e Águas;
15. Carlos Alberto Gregório dos Santos, Ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação;
16. Mário Augusto da Silva Oliveira, Ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social;
17. Maria do Rosário Bragança Sambo, Ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação,
18. Luísa Maria Alves Grilo, Ministra da Educação,
19. Sílvia Paula Valentim Lutucuta, Ministra da Saúde,
20. Ana Paula do Sacramento Neto, Ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher,
21. Felipe Silva de Pina Zau, Ministro da Cultura e Turismo;
22. Ana Paula Chantre Luna de Carvalho, Ministra do Ambiente;
23. Palmira Leitão Barbosa, Ministra da Juventude e Desportos,
24. Ana Maria de Sousa e Silva, Secretária do Conselho de Ministros.
Gabinete do Presidente da República
Para o seu gabinete, volta a ser nomeado Edeltrudes Maurício Fernandes Gaspar da Costa como ministro e diretor do Gabinete do Presidente da República.
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Felix de Jesus Cala assume o cargo de secretário-geral do Presidente da República; Avelina Escórcio dos Santos e Santos é nomeada para o cargo de diretora adjunta do Gabinete do Presidente da República; e Edson Ulisses de Carvalho Alves Barreto para o cargo de diretor do Gabinete de Quadros do Presidente da República.
O chefe de Estado angolano nomeou ainda Adão Francisco Correia de Almeida para o cargo de ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República; Manuel José Nunes Júnior, para o cargo de Ministro de Estado para a Coordenação Económica do Presidente da República; e Dalva Maurícia Calombo Ringote Allen, para o cargo de Ministra de Estado para Área Social do Presidente da República.
Governadores provinciais
Também, esta sexta-feira, foram conhecidos os nomes que vão liderar os governos provinciais. Segundo a Presidência da República, são nomeadas as entidades para os cargos abaixo designados:
Manuel Gomes da Conceição Homem, para o cargo de Governador da Província de Luanda;
Pereira Alfredo, para o cargo de Governador da Província do Bié;
Maria Antónia Nelumba, para o cargo de Governadora da Província do Bengo;
Luis Manuel da Fonseca Nunes, para o cargo de Governador da Província de Benguela;
Mara Regina da Silva Baptista Domingos Quiosa, para o cargo de Governadora da Província de Cabinda;
Gerdina Ulipamue Didalewa, para o cargo de Governadora da Província do Cunene;
José Martins, para o cargo de Governador do Cuando Cubango
Pedro Maquita Armando Júlia, para o cargo de Governador da Província do Cuanza Norte;
Job Pedro Castelo Capapinha, para o cargo de Governador da Província do Cuanza Sul;
Lotti Nolika, para o cargo de Governadora da Província do Huambo;
Nuno Bernabé Mahapi Dala, para o cargo de Governador da Província da Huíla;
Deolinda Ódia Paulo Satula Vilarinho, para o cargo de Governadora da Província da Lunda Norte;
Daniel Felix Neto, para o cargo de Governador da Província da Lunda Sul;
Marcos Alexandre Nhunga, para o cargo de Governador da Província de Malanje;
Ernesto Muangala, para o cargo de Governador da Província do Moxico;
Augusto Archer de Sousa Mangueira, para o cargo de Governador da Província do Namibe;
José Carvalho da Rocha, para o cargo de Governador da Província do Uíge;
Adriano Mendes de Carvalho, para o cargo de Governador da Província do Zaire.
Artigo atualizado às 22:32 (CET) de 16 de setembro de 2022.
Angola: As eleições em imagens
Esta quarta-feira é dia de Angola decidir quem será o próximo Presidente e os deputados da Assembleia Nacional. A DW compilou as imagens desta manhã de eleições, no dia em que 14 milhões de angolanos vão às urnas.
Foto: Adolfo Guerra/DW
Longas filas no dia de decidir
As mesas de voto só abriram às 07h00, mas as filas para votar nas eleições mais disputadas de sempre em Angola começaram a formar-se bem cedo. Cabe aos eleitores decidir se "a força do povo" continua do lado do MPLA, mantendo no poder o partido que governa o país desde a independência, ou se dizem "sim" ao apelo de mudança da oposição liderada pela UNITA.
Foto: John Wessels/AFP
Oito partidos na corrida
Além dos rivais Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), concorrem Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Partido de Renovação Social (PRS), Aliança Patriótica Nacional (APN), Partido Nacionalista para a Justiça (P-NJANGO), Partido Humanista de Angola e a coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE).
Foto: António Cascais/DW
Madrugar para votar
Aos 79 anos, Adélia Namalange exerce hoje o seu direito de voto pela quinta vez. A idosa chegou às 5h00 à assembleia de voto número 9658, no município do Lobito, em Benguela, e esperou duas horas pela abertura das urnas, no dia que 14 milhões de angolanos decidem o futuro político do país.
Foto: Daniel Vasconcelos/DW
João Lourenço apela ao voto: "É Angola que ganha"
"Acabámos de exercer o nosso direito de voto, é rápido e é simples", disse João Lourenço, na assembleia de voto n.º 105, em Luanda, convidando os eleitores a fazerem o mesmo. No meio de uma enorme confusão de jornalistas que queriam registar o momento, o candidato do MPLA salientou que todos saem a ganhar: "É a democracia que ganha, é Angola que ganha."
Foto: AP Photo/picture alliance
Adalberto Costa Júnior critica processo
O líder da UNITA votou no bairro 28 de Agosto, em Luanda, onde foi fortemente aplaudido pelos eleitores presentes. "Fiquei satisfeito e votei no meio do meu povo e constatei que a votação está a ser feita sem cadernos eleitorais aos fiscais, apenas um caderno eleitoral na mesa", afirmou Adalberto Costa Júnior, que defendeu mais uma vez a afixação dos resultados nas assembleias de voto.
Foto: John Wessels/AFP
Manuel Fernandes "plenamente" confiante na vitória
Manuel Fernandes, o candidato da coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), votou esta manhã no Bairro Militar, em Talatona, Luanda. Depois de votar, manifestou "plena confiança" no resultado eleitoral do atual terceiro partido com mais assentos no parlamento angolano.
Foto: Borralho Ndomba/DW
"Grande expetativa" de Nimi Ya Simbi é ganhar eleições
Nimi Ya Simbi, candidato da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), votou em Viana, um dos mais populosos municípios de Luanda. Minutos depois, Nimi disse que a sua "grande expetativa é ganhar as eleições." O líder da FNLA acredita que o seu partido "vai vencer" as eleições, "porque quem vai para o combate não vai para perder", tendo enaltecido o cumprimento do seu dever cívico.
Foto: Nelson Francisco Sul/DW
Benedito Daniel exorta à afixação das atas
O candidato do Partido de Renovação Social (PRS) exerceu o seu direito de voto no Instituto Superior Politécnico do Bita, em Luanda. Após votar, Benedito Daniel manifestou um "sentimento de alegria e de dever cumprido", exortando à afixação das atas sínteses nas assembleias. Disse também esperar que a CNE possa corresponder às expetativas dos eleitores.
Foto: DW/M. Luamba
Bela Malaquias insite em "humanizar" Angola
A líder do Partido Humanista de Angola (PHA), Florbela Malaquias, manifestou um "sentimento de realização" após votar e reiterou a promessa de humanizar Angola, "que se encontra completamente desumanizada em todos os sentidos", sublinhou a única mulher a liderar um partido político em Angola, depois de votar no bairro do Maculusso, distrito urbano da Ingombota, em Luanda.
Quintino Moreira, líder da Aliança Patriótica Nacional (APN), sem assento no Parlamento angolano, manifestou-se "otimista" em relação à obtenção de uma "bancada parlamentar vasta", para que não haja maiorias absolutas na "casa das leis", afirmou esta manhã, depois de depositar o seu voto numa assembleia de voto, em Talatona, perto da capital angolana.
Foto: Borralho Ndomba/DW
Dinho Chingunji contra "Votou, Sentou"
O candidato do Partido Nacional para a Justiça em Angola (P-Njango) considerou hoje as eleições como "ocasião soberana" para escolha dos governantes e exortou os eleitores a esperarem os resultados em casa, contrariando o movimento "Votou, Sentou". Chingunji, que votou no município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, exortou "os cidadãos a regressarem para as suas casas e a esperar pelos resultados".
Foto: Borralho Ndomba/DW
CNE diz que está tudo a funcionar
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que as 13.238 assembleias de voto espalhadas pelos 164 municípios angolanos "estão abertas e em perfeito funcionamento" e "não há registo de qualquer incidente" que possa beliscar a votação. Também foram constituídas 45 mesas de voto no estrangeiro, para as quais foram recrutados 105.952 membros.
Foto: António Cascais/DW
UNITA denuncia irregularidades no Bengo
No Bengo, a UNITA chamou os jornalistas para denunciar supostas irregularidades na votação. De acordo com o partido do "galo negro", a CNE local está a proibir que os delegados de lista suplentes exerçam o direito de voto nas assembleias para as quais estão destacados, contrariando, desta forma, uma circular da própria Comissão Nacional de Eleições.
Foto: António Ambrósio/DW
Queixas de eleitores em Cabinda
A votação em Cabinda está a decorrer com alguma normalidade, mas com várias queixas por parte dos eleitores que dizem desconhecer as suas mesas de voto. Os cidadãos são obrigados a percorrer longas distâncias para votar, já que foram colocados em pontos longínquos da província e da capital. E há delegados de lista de partidos que não foram credenciados.
Foto: Simão Lelo/DW
Delegados monitorizam processo
Delegados de lista dos partidos políticos controlam o processo de votação no Bairro da Cuca, em Luanda, a capital. Durante a campanha eleitoral, o polémico movimento "Votou, Sentou", propalado por alguns partidos e membros da sociedade civil, também pediu aos eleitores para permanecerem nas imediações das assembleias de voto.
Foto: Manuel Luamba/DW
O voto da diáspora em Portugal
O ator Daniel Martinho, a viver há cerca de 40 anos em Portugal, foi ao Consulado Geral de Angola em Lisboa votar, feliz por ser a primeira vez que foi dada à comunidade radicada no exterior a possibilidade de exercer o direito de voto. "Era uma aspiração que nos incomodava", contou à DW. "É uma forma de contribuirmos para um país melhor, porque nós na diáspora também fazemos Angola", precisou.