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Angola: Jovens querem mudanças na conduta da polícia

4 de dezembro de 2020

A juventude angolana quer alterações no comportamento e ação das autoridades, sobretudo em contexto de manifestações públicas. Para isso, sugeriram "formação contínua" dos agentes num encontro público no Bengo.

Angola I Demonstranten protestieren gegen COVID-19-Maßnahmen in Luanda
Foto: Borralho Ndomba/DW

A conduta dos agentes de autoridade e segurança de Angola em manifestações públicas é um dos temas mais controversos no país devido aos muitos casos que culminaram em detenções violentas e mortes.

Na província do Bengo são vários os casos em que cidadãos reclamaram contra o uso excessivo da força por parte das forças de segurança em protestos que se pretendiam pacíficos. 

Encontro entre jovens e autoridades no Bengo na quinta-feira (03.12)Foto: António Ambrósio/DW

"Há muitos polícias também que agem de forma irracional e há também bons polícias que sensibilizam que não deve ser assim, deve agir-se de outro jeito", começou por dizer Adão Macumbi, secretário provincial da Juventude da Renovação Social (JRS), a ala jovem do Partido da Renovação Social (PRS), num encontro na quinta-feira (03.12) naquela província.

João Daniel, secretário provincial da Jovens da Frente Nacional de Libertação de Angola (FJNLA), espera ver uma mudança na atuação da polícia nas operações de manutenção da segurança pública. Para isso, a organização tem tentado fazer chegar aos governantes as preocupações da população, mas sem sucesso.

"Nós já fomos barrados em manter contacto com algumas autoridades da província", lamentou.

Delfim Inácio, comandante da Polícia Nacional no BengoFoto: António Ambrósio/DW

Formação contínua

Sabino Rodrigues, secretário do conselho provincial da Juventude do Bengo, criticou a falta de meios técnicos e humanos no seio das corporações e salientou a importância da aposta contínua na formação dos efetivos. "De forma a começarmos a ter uma atuação melhor naquilo que é a prestação do serviço", sublinhou.

Delfim Inácio, comandante da Polícia Nacional no Bengo, mostrou-se aberto a dialogar com os organizadores de manifestações. "Há aqueles cidadãos que só querem levar o seu filho, ou o seu irmão ao hospital, mas as ruas estão fechadas, daí que temos que coordenar... O legislador visou a paz social. É obrigação da polícia garantir a segurança dos manifestantes", frisou.

Recentemente, um encontro de concertação sobre a segurança pública entre a Polícia Nacional e a juventude em Caxito terminou com um acordo no sentido de se manter um diálogo permanente entre ambas as partes.

Angola: Polícia reprime protestos em Luanda

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