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Angola: Médicos cubanos vão à luta contra a pandemia

Lusa | tms
10 de abril de 2020

Médicos cubanos chegaram a Angola para reforçar as equipas médicas dos 164 municípios do país, no âmbito do combate à Covid-19. Entretanto, os profissionais ainda vão cumprir uma quarentena em Luanda.

Médico cubano em Havana, Cuba (foto ilustrativa)Foto: STR/AFP/Getty Images

O contingente médico cubano que chegou a Luanda é composto por vários especialistas, nomeadamente intensivistas, anestesistas, infetologistas, médicos de saúde pública, entre outros.

Os médicos, que vão cumprir um período de quarentena antes de começarem os trabalhos, foram recebidos no aeroporto internacional 4 de Fevereiro pelos membros da Comissão Intersetorial de Controlo à Pandemia em Angola e da embaixada cubana. 

Segundo a ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta, os médicos cubanos trazem para o país uma "vasta experiência" no domínio do combate das grandes endemias e com os mesmos "vamos garantir assistência médica diferenciada nos 164 municípios do país".

Mitos e verdades sobre a Covid-19

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Segundo o coordenador da Comissão Intersetorial de Controlo da Pandemia da Covid-19 em Angola, Pedro Sebastião, os médicos cubanos recém-chegados estarão presentes em todos os municípios de Angola para "garantia da segurança das populações".

"Isso [a covid-19] toca com aspetos ligados à defesa nacional e Angola, já com experiências nessas áreas, não podia deixar passar a oportunidade para vincar isso em prol da segurança das suas populações", afirmou, em declarações aos jornalistas.

Quarentena e novos testes 

Uma quarentena de pouco menos de 14 dias será cumprida pelos médicos cubanos, porque, sublinhou a governante, apesar de já cumprirem quarentena no seu país farão novos testes em Angola.

"E uma quarentena abaixo dos 14 dias para termos a possibilidade de avaliar a evolução deles, num período de no mínimo cinco dias, e depois fazer a testagem", disse Sílvia Lutucuta, em declarações aos jornalistas.

Mais ajuda

Pelo menos 30 toneladas de medicamentos chegaram igualmente esta sexta-feira de Cuba, nomeadamente interferon, a cloroquina e a zitromicina que "são por esta altura os medicamentos mais utilizados no tratamento de doentes com Covid-19".

A embaixadora de Cuba em Luanda considerou que a chegada dos médicos cubanos para o combate da Covid-19 em Angola "alarga ainda mais a histórica relação de amizade e cooperação" entre ambos países.

"E neste momento de contingência vamos reforçar a luta contra a covid-19 que está a causar muitos danos a nível do mundo e Cuba, como sempre, está disposta a ajudar Angola na medida das nossas possibilidades", disse a diplomata Esther Armenteros.

Foto: AFP/O. Silva

Estado de emergência

Angola, que cumpre o último dia do primeiro período do estado de emergência que visa conter a propagação do novo coronavírus, conta com 19 casos confirmados de pessoas infetadas, entre os quais 15 ativos, dois óbitos e dois recuperados.

A partir de sábado, 11 de abril, o país cumpre mais quinze dias de estado de emergência prorrogado, na quinta-feira (09.04), pelo Presidente angolano, João Lourenço.

Sílvia Lutucuta recordou que por enquanto os casos positivos da Covid-19 em Angola são importados, referindo que estão em curso análises de trabalhadores dos hotéis, transformados em centros de quarentena, e de pessoas que tiveram contacto com os que testaram positivo.

"Esperemos que continuemos assim, é o nosso desejo, mas é tudo muito imprevisível e temos que acompanhar a forma de contágio que é muito rápido e continuamos a apelar ao isolamento social, as pessoas devem acautelar as medidas de proteção individual e coletiva", exortou.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África é de 630 num universo de mais de 12.219 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.

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