O ativista dos direitos humanos e fundador da organização não governamental OMUNGA, José Patrocínio, faleceu na madrugada deste sábado (01.06). Ele estava internado há dois dias no Hospital Geral de Benguela.
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A morte de José Patrocínio foi confirmada por diversas fontes ligadas à ONG OMUNGA e também por amigos do ativista, citados pela imprensa angolana.
À agência Lusa, João Malanvindele, membro da OMUNGA, avançou que o ativista se encontrava doente há cerca de um mês, acabando por falecer na madrugada deste sábado.
O Novo Jornal, no seu portal de notícias, cita a também ativista e presidente da organização não governamental angolana Handeka, Alexandra Simeão, amiga de José Patrocínio, que informou que o coordenador da OMUNGA estava internado desde a última quinta-feira (30.05) no Hospital de Benguela, em Angola.
No seu perfil do Facebook, Alexandra Simeão lamenta a morte de Patrocínio: "Angola perdeu um homem que se colocou inteiro na participação cidadã de defesa dos interesses dos que sofrem todos os dias".
A agência de notícias estatal angolana, ANGOP, também confirmou com uma fonte ligada à OMUNGA a morte de José Patrocínio. Segundo esta fonte, o ativista queixava-se de "muitas dores", "sem especificar, desde já, as razões da morte", escreve a ANGOP.
José Patrocínio nasceu a 26 de dezembro de 1962, no Lobito, província de Benguela. Era engenheiro agrónomo, mas dedicou a sua vida aos direitos humanos. Nas redes sociais, pessoas próximas ao ativista, assim como muitos internautas, lamentam a sua morte.
Do líder da OMUNGA, organização cívica e de defesa dos direitos humanos, fica a memória da sua intervenção em números casos de demolições em Angola, tendo em 2010 lançado um documentário intitulado "Não partam a minha Casa".
José Patrocínio integrou, este ano, uma comitiva de ativistas angolanos de organizações da sociedade civil, que foi recebida pelo Presidente de Angola, João Lourenço.
Construções precárias ameaçam a vida dos habitantes no Huambo em Angola
Na cidade de Huambo em Angola as condições de habitabilidade deterioram-se de dia para dia. Estes prédios, atualmente degradados, foram herdados da era colonial não têm manutenção e são um risco para quem lá vive.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio da FAPA
No Huambo, muitos cidadãos vivem em risco permanente por causa da degradação de grande parte das infraestruturas em que habitam. Muitos destes prédios foram construídos na era colonial e há muito tempo precisam de obras e manutenção.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio da Angotel
Os relatos de abalos, são frequentes na cidade. Os moradores do conhecido prédio da Angotel tiveram um susto, quando parte da estrutura do edifício velho onde vivem sofreu alguns abalos, facto que criou um pânico generalizado. De acordo com relatos no local esta não é a primeira fez que tal facto sucede neste edifício. Apesar do risco, os moradores continuam a residir no mesmo local.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio do antigo Hotel Huambo
A degradação das várias estruturas é justificada pelo longo período de construção e pela falta de manutenção associada ao longo conflito armado que assolou o país durante mais de 20 anos, com maior incidência nesta região. Muitos prédios foram atingidos durante a guerra com projéteis e bombas na sua estrutura.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio da UNITEL
Mesmo em período de paz estes prédios continuaram sem intervenção na suas estruturas e quem vive aqui tem ainda de conviver com uma imagem que lembra os tempos da guerra. Apesar de cadastrados, para um possível reassentamento em áreas seguras muitos cidadãos convivem com o risco de desabamento dos prédios, por falta de condições financeiras para aquisição de casa própria em zonas seguras.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio da FAPA
Nos últimos anos, são frequentes os relatos de desabamento de alguns compartimentos, fissuras graves, entre outros, com destaque para os famosos prédios da FAPA, Tijolo e do Empugo, cada um deles com mais de sete andares, acolhendo várias famílias de diferentes camadas sociais.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio do Tijolo
A DW África soube junto do Gabinete Provincial das Infraestruturas que o mau estado de conservação dos edifícios inacabados faz com que os mesmos não tenham condições mínimas de habitabilidade condignas. Para além da falta de rampas nas escadas, janelas e portas, há graves fissuras e riscos de desabamento.
Foto: DW/J. Aldalberto
Prédio York
Neste mês de maio, por exemplo, moradores de um conhecido prédio da cidade tiveram que ser evacuados pelos serviços da Proteção Civil alegando riscos de desabamento na infraestrutura.