Mototaxistas protestam contra aumento do preço da gasolina
11 de junho de 2023Na província do Namibe, até ao momento, os mototaxistas não receberam os seus cartões para abastecimento no valor de 160 kwanzas (cerca de 0,22 euros).
É por isso que, a partir de amanhã (12.06), iniciam uma greve de dois dias para pressionar o governo, explica André Cassinda, responsável pela greve.
"O cartão vai beneficiar quem vive na cidade [...]. Todo mundo está a abastecer com 300 kwanzas (0,42 euros). Ninguém ainda tem acesso para abastecer com o cartão que estão a prometer", diz.
"Negociações pouco claras"
Antônio Joaquim faz o serviço de mototáxi há mais de quatro anos na província do Namibe e diz que as negociações entre a classe o governo não foram clarificadas.
"Quando o governo trabalha mal quem sofre é o povo [...] nós sabemos que o nosso país tem muito petróleo, petróleo de sobra", disse. "Só queremos o nosso preço anterior, ou então aumentamos também o nosso preço", acrescentou.
Mateus Preludio, membro da sociedade civil, diz que o governo cometeu muitos erros e um deles foi não ter criado as condições para o atual reajuste no preço do combustível.
"Somos os que 'apanham' dos motoqueiros, não faz sentido. Primeiro, deveriam ser tirados os direitos aos políticos", diz.
Povo é o principal prejudicado
"[Seria preciso] dialogar com a população para negociar uma subida [de preços] que não prejudicasse o povo, o principal lesado no aumento do combustível", afirma.
O ativista e sociólogo Oseias Cachinde diz que é preciso pressionar o governo nas suas políticas, que considera "mal elaboradas", numa altura em que a moeda angolana sofre uma depreciação e o custo de vida aumenta.
"A nossa missão é continuar a chamar a quem governa [para dizer-lhes] que as políticas públicas implementadas não correspondem às expectativas da população", argumenta.
"E se não correspondem às expectativas da população, significa que alguma coisa está errada. É preciso que essas políticas públicas sejam alteradas",conclui.